30.11.08

5 momentos South Park

A série South Park terminou agora a sua 12ª temporada, tendo completado em Agosto o seu 11º ano em exibição. Em Portugal, estamos às voltas com repetições da sexta série. O que é lamentável é que ninguém parece importar-se muito com isso, especialmente agora, em que a série está com um humor ainda mais cáustico, refinado e melhor que nunca.

Mas não há-que desanimar, fiel leitor com um domínio aceitável do idioma de Shakespeare. O site oficial, southparkstudios.com, está já há algum tempo a oferecer para visionamento em streaming, não uma, não duas, mas TODAS AS SÉRIES de Southpark, incluíndo os episódios mais recentes.

Não sendo propriamente um top, não havendo nenhuma ordem preferencial, aqui ficam cinco dos meus momentos favoritos de South Park.

Towelie:

Uma das minhas personagens favoritas da série é Towelie, a toalha viciada em Marijuana. Este clip é retirado do episódio em que todas as consolas de South Park são roubadas por uma organização criminosa, e apenas Towelie tem acesso ao código de entrada da base dos vilões.



Cartman no Congresso:

No inicio de South Park, Kenny morria em todos os episódios. Mas, a dada altura, o rapaz do capuz laranja acabou mesmo por falecer de vez (ou seja, durante duas temporadas). Numa tentativa de salvar o seu amigo, o habitualmente maléfico Cartman dirige-se ao congresso dos Estados Unidos com este apaixonante discurso.



Aquecimento Global:

O aquecimento global chega alegadamente a Colorado, causando o pânico geral.



Roda da Sorte:

Adoro este. Tão simples, e ao mesmo tempo tão ofensivo.



Os animaizinhos da floresta:

Os animaizinhos da floresta estão em perigo, e só Stan os poderá salvar, assassinando a terrível pantera. Na cena em baixo, os queridos animaizinhos da floresta agradecem a Stan.

28.11.08

Filmes: The Machine Girl

Andava eu a guardar este filme para uma qualquer ressaca kosovar há já algum tempo, mas os meus amigos são uns mariquinhas que só gostam de ver filmes em inglês e as minhas amigas não podem ver muito sangue a não ser que o filme seja uma comédia romântica sobre menstruação, o que me levou a adiar o visionamento de The Machine Girl até ao limite do tolerável. Cheguei então a uma estrada bifurcada, com dois caminhos:

Caminho A = Mudar de amigos

Caminho B = Ver The Machine Girl sozinho

Optei pela hipótese B, até porque os amigos estão difíceis de arranjar e cada vez vão sendo menos. E não me arrependi. A experiência que tive com The Machine Girl dificilmente seria a mesma se o visse acompanhado. O que eu vi, meus caros, foi a obra-prima do cinema de série B, em toda a sua resplandecente glória!



Analisemos o argumento... Ami e Yu são dois adolescentes entregues a si mesmos, após o suicídio dos seus progenitores. Ami age como uma mãe para Yu, estragando-o com mimos, como por exemplo fritando-lhe frango para o pequeno-almoço. Yu, no entanto, está constantemente a meter-se em sarilhos (ai ai, o malandreco do Yu), acabando por ficar a dever dinheiro à Yakuza. Ora os membros da Yakuza não são famosos pelas suas boas maneiras, e acabam por atirar Yu e o seu amigo Takeshi do alto de um prédio. Contorcendo-se de mágoa, Ami vai tirar satisfações a casa dos pais de um dos assassinos do irmão... Os pais, além de negarem o envolvimento do seu filho na morte de Yu, espancam brutalmente Ami e ainda lhe fritam um braço. E é aqui que as coisas começam a descambar! Ami, para além de decapitar o filho do casal, coloca a sua cabeça na sopa, empala a mãe, fazendo-lhe jorrar litros de sangue para dentro da panela, bem como a sua língua e intestinos, e depois ainda presenteia o pai com um duche vindo directamente do pescoço da senhora!

Um bocado mais à frente, a Yakuza captura Ami e retira-lhe o braço frito anteriormente. Ami foge, e vai dar consigo na garagem dos pais de Takeshi. Miki, a mãe de Takeshi (que apesar de ter um filho de 20 anos não aparenta ter mais de 25, a chamada Junior Milf) é uma exímia lutadora de Kung Fu, e Mukuru, o pai, é um inventor que cria uma metralhadora implantável no coto da vingadora.

E depois disto tudo, é a loucura. Oh não, o que eu descrevi até agora ainda não é nada! De aqui em diante temos:


O Gang de Ninjas Junior, que quando é despachado dá origem ao...



Gang dos pais de luto, formado pelos pais dos Ninjas Juniores, que por sua vez são derrotados por...


Miki e a sua motoserra, enquanto Ami luta com...



O chefe da Yakuza e a sua guilhotina voadora!!!!



E a esposa do chefe, armada com o seu soutien-broca!!!!!!!!!

É o delírio! É a loucura! O meu cérebro escorre lentamente pela minha narina direita, e sorrio de contentamento! The Machine Girl é a obra cinematográfica mais irreal e imbecil do circuito de cinema alternativo! Com mais sangue que Kill Bill, mais estilo que Planet Terror, mais substância que O Crime do Padre Amaro, The Machine Girl é uma experiência divertidíssima que vem mostrar que o cinema Asiático também consegue reunir força suficiente para rivalizar com os Americanos. A não perder! Mesmo! Pelo amor aos santinhos todos!

27.11.08

Discos: Bodies of Water - A Certain Feeling & Ears Will Pop and Eyes Will Blink

Mais uma empresa familiar, os Bodies of Water, formados pelo casal David e Meredith Metcalf, editaram este ano o seu segundo longa duração, A Certain Feeling.



Uma verdadeira comunidade no sentido em que toda a gente canta e novos membros vão sendo recrutados na estrada (literalmente, recrutados na borda da estrada), os Bodies of Water produzem um Indie Rock de características épicas, a trazer à memória Jesus Cristo Superstar ou os duetos erótico-nojentos do Meatloaf (mas em melhorzinho, entenda-se). Há por aqui também alguns ecos Zappianos...

O segundo esforço desta banda é assim uma salganhada de sons e estilos diversos. Exemplo, a faixa número dois, Under The Pines, inicia-se com um orgão, passando para uma guitarrinha das Arábias, arrancando numa cavalgada frenética ao pôr-do-sol, para depois descansar a ressacar de um ácido marado antes de partir a cavalo mais uma vez. Há ambição neste disco, mas na minha opinião espalha-se um bocado por querer dar um salto maior que as pernas.

A Certain Feeling deixa no ar um certo sentimento a Arcade Fire dos pobres. É bom, mas já ouvimos isto noutro lado. Escute-se a primeira faixa, Gold, Peach, Tan, and Grey para entenderem onde quero chegar. Poderei no entanto estar a ser um pouco injusto com a banda, uma vez que o primeiro album também não me entrou logo à primeira e agora já o aprecio bastante. E por falar em primeiro album...



Ears Will Pop & Eyes Will Blink, de 2007, é certamente menos trabalhado que A Certain Feeling, mas ganha em honestidade e sentimento. A muralha de vozes requer alguma habituação, é certo, mas uma vez acomodados, não há como não se deixar levar por malhas como Our Friends Appear Like Dawn ou a minha preferida I Guess I'll Forget The Sound, I Guess, I Guess. É um bonito disco, um bocado religioso ou espiritual a mais para o meu gosto, mas ainda assim suficientemente inspirado e diferente para merecer uma audição atenta. Esperemos que A Certain Feeling cresca dentro de mim como Ears Will Pop cresceu.

Site: www.bodiesofwater.net

MP3: Gold, Tan, Peach, and Grey
MP3: I Guess I'll Forget the Sound, I Guess, I Guess

22.11.08

Comics Make You Stupid



Superman Prime. Ele mata-te até à morte.

21.11.08

Pretty

20.11.08

Os mistérios do post desaparecido

Algo de podre se passa no reino da blogosfera. Parece que o meu último post, relacionado com o novo disco dos Belle & Sebastian, desapareceu sem deixar rasto. O Blogger mandou-me um mail todo catita a chamar-me pirata e retirou-me o post do ar. Valha-me o Google Reader que arquiva-me os posts, piratas ou não piratas. Bonito. É claro que vou voltar a colocar o post, mas sem os MP3, que a PIDE/ASAE dos blogs não está para brincadeiras. Eis o mail que recebi pelos meninos simpáticos do Blogger:

Blogger has been notified, according to the terms of the Digital Millennium Copyright Act (DMCA), that certain content in your blog infringes upon the copyrights of others. The URL(s) of the allegedly infringing post(s) may be found at the end of this message.

The notice that we received from the International Federation of the Phonographic Industry (IFPI) and the record companies it represents, with any personally identifying information removed, will be posted online by a service called Chilling Effects at http://www.chillingeffects.org. We do this in accordance with the Digital Millennium Copyright Act (DMCA). Please note that it may take Chilling Effects up to several weeks to post the notice online at the link provided.

The IFPI is a trade association that represents over 1,400 major and independent record companies in the US and internationally who create, manufacture and distribute sound recordings (the "IFPI Represented Companies").

The DMCA is a United States copyright law that provides guidelines for online service provider liability in case of copyright infringement. We are in the process of removing from our servers the links that allegedly infringe upon the copyrights of others. If we did not do so, we would be subject to a claim of copyright infringement, regardless of its merits. See http://www.educause.edu/Browse/645?PARENT_ID=254 for more information about the DMCA, and see http://www.google.com/dmca.html for the process that Blogger requires in order to make a DMCA complaint.

Blogger can reinstate these posts upon receipt of a counter notification pursuant to sections 512(g)(2) and 3) of the DMCA. For more information about the requirements of a counter notification and a link to a sample counter notification, see http://www.google.com/dmca.html#counter.

Please note that repeated violations to our Terms of Service may result in further remedial action taken against your Blogger account. If you have legal questions about this notification, you should retain your own legal counsel. If you have any other questions about this notification, please let us know.

Sincerely,

The Blogger Team


Eles andam aí...

18.11.08

Discos: Belle and Sebastian - The BBC Sessions



Os Belle & Sebastian estão de momento parados, mas isso não implica que não saiam cá para fora discos novos da banda de Glasgow. Fresquinho, The BBC Sessions é uma compilação que reúne 3 sessões para a rádio Britânica, em 1996 (para Mark Radcliffe), 1997 (para Steve Lamacq) e 2001 (para John Peel). As canções não diferem muito das suas versões em estúdio, apenas o suficiente para o fã mais atento. Wrong Love, que mais tarde viria a ser editada como The Wrong Girl, é o caso mais adulterado. De resto, temos um disco de grandes músicas às quais já estamos habituados. Sleep The Clock Around está especialmente bem conseguida, assim como Seymour Stein e The Magic of a Kind Word.

Existe ainda um segundo disco de Bónus, contendo o concerto de Natal de 2001 em Belfast. Este segundo disco tem a particularidade de conter versões de The Beatles (Here Comes the Sun), Thin Lizzy (The Boys Are Back in Town) e The Velvet Underground (I'm Waiting For The Man).

Não recomendo este disco a alguém que nunca tenha ouvido Belle & Sebastian, até porque se podem escutar as músicas destas sessões mais limpinhas e arranjadinhas nos discos. Porém, para quem conhece e é fã, The BBC Sessions merece uma espreitadela, quanto mais não seja por conter as últimas gravações de Isobel Campbell enquanto membro dos Belle & Sebastian.



Site Oficial: www.belleandsebastian.com

MP3: Sleep The Clock Around
MP3: Wrong Love

Não posso colocar os MP3 que a PIDE não deixa, ver post acima.

17.11.08

5 cantigas deliciosamente kitsch

Não sendo propriamente um top, não havendo nenhuma ordem preferencial, aqui ficam cinco cantigas deliciosamente kitsch que deviam fazer parte do imaginário colectivo mas que infelizmente caíram na semi-obscuridade, com o mais alto patrocínio do Youtube.

Marisol - Corre Corre Caballito

Nos tempos de juventude do meu pai, há muitas primaveras atrás, haviam no país vizinho duas forças da natureza em tamanho condensado, verdadeiros fenómenos de popularidade Ibérica. Falo-vos de Marisol e Joselito, o pequeno rouxinol. Depois de dezenas de filmes e discos, os pequenos trovadores eclipsaram-se, devido a uma doença que aflige o mais comum dos mortais e à qual se dá o nome de crescimento. Soube-se que Joselito perdeu a voz e andou por aí perdido, chegando mesmo a tornar-se guerrilheiro na guerra de Angola. De Marisol nada sei. A não ser que tinha uma voz poderosíssima para o seu corpinho franzino de 8 anos.

Factor Nostálico: O meu pai lacrimeja sempre se que se lembra da Marisol.

Factor Kitsch: Neste video, Marisol incita a sua pileca a correr ameaçando rebentar-lhe os tímpanos com as suas cordas vocais. Uma ressalva para a natureza burguesa de Marisol. Dezenas de crianças correm atrás da charrete, mas Marisol só deixa partilhá-la com dois ou três. E todos os camponeses a cumprimentam, mas acham que Marisol se dá ao trabalho de retribuir? Nem pó. Ser-se a única loura em Espanha nos anos 50 dá nisto.



France Gall - Poupée de Cire, Poupée de Son

É um facto. Nos anos 60 já haviam mulheres lindíssimas que fingiam que cantavam mas que na verdade não tinham voz nenhuma. France Gall é uma delas. Na verdade, a minha preferida da colheita. No video abaixo, podemos ver a actuação da menina no festival da Eurovisão de 1965. Venceu representando o Luxemburgo, mas perdeu pela associação a Sèrge Gainsbourg. O senhor Gainsbourg era um Francês com cara de vaso de entulho, excelente escritor de canções e nascido com o condão de sacar todas as meninas com um palminho de cara da sua época. E depois metia-as a cantar as suas composições. Primeiro France Gall, depois Jane Birkin e Brigitte Bardot. France Gall teve sucesso com esta canção, mas depois viu a sua carreira ser arruinada por Gainsbourg, ao cantar uma outra cantiga sobre chupa-chupas que na verdade não era sobre chupa-chupas.

Factor nostálgico: Volta e meia aparece uma banda a fazer uma versão de Poupée de Cire, Poupée de Son. A última foi Arcade Fire.

Factor Kitsch: "Eu sou uma boneca de cera, uma boneca de serradura..." e era realmente uma bonequinha. A inocência do olhar de Gall contrasta com a malvadez da letra de Gainsbourg.



Baccara- Yes Sir I Can Boogie


De regresso a Espanha, mas flashforward para a década de 70, surgem as Baccara, com este infeccioso Yes Sir I Can Boogie, capitalizando a febre do Disco.

Factor Nostálgico: Citando Miguel Esteves Cardoso em Escrítica Pop, Yes Sir I Can Boogie é "(...) um dos épicos basilares do som de efeito vomitório."

Factor Kitsch: "Michter, Your eych are fúll óf echitachion... I'm a Chenchaichón!" O Sotaque Espanhol fica sempre bem quando cantado em Inglês.



The Shorts - Comment Ça Va

The Shorts eram Holandeses, cantavam em Holandês, e às vezes em Alemão. Não é de estranhar que o seu single de maior sucesso tenha sido Comment Ça Va. E mesmo assim, apenas o refrão era cantado em Francês. Depois os anos 80 terminaram e The Shorts ficaram The Bigs e hoje em dia devem estar The Fats and The Balds and The Erectile Disfunctionals.

Factor Nostálgico: Tenho este single em vinil!!!!!!!!

Factor Kitsch: Os fatos de treino! O orgão a fazer de acordeão! As cores! O refrão! Tudo!



Madi - Lição de Português

XVII festival da canção da RDP. Madi, um jovem artista vindo de um páis longuínquo, estabelece-se em Portugal e tenta construir uma carreira no mundo da música, com o apoio de António Sala. O auditório está ao rubro. Madi faz tudo o que pode e sabe. Dança, canta, grita, sorri, aponta o dedinho. O público rende-se a seus pés. Madi sente a sua carreira a disparar. Mas no entanto, a noite ainda reservava algumas surpresas. José Albano Salter Cid de Ferreira Alves arrebata o país com o seu "Um grande, grande Amor". Madi fica de rastos e acaba o certame em 3º lugar. Devastado, ainda tenta mais tarde uma carreira com Sérgio Wonder, o pequeno prodígio que em vez de cego era coxo, mas a sua carreira terminara naquela noite, aos pés de José Cid.

Factor Nostálgico: O Coliseu dos Recreios cheio como um ovo para o Festival da Canção. Irrepetível.

Factor Kitsch: O fatinho branco de Madi, o crescendo da música, os passinhos de dança, em especial o passo ao minuto 3:05, a letra e a simpatia do artista. Madi, filho, não venceste o festival da canção mas ganhaste um lugar no meu coração para todo o sempre! JÁ SEI QUE LOVE! TU ME ENSINASTE É AMAR, É ACARINHAR, CANTA COMIGO AMOR, LOVE! SE ME ENGANAR NAS SÍLABAS VAMOS RECOMEÇAR!

15.11.08

Pretty

14.11.08

Discos: Deolinda - Canção ao Lado

“...O seu nome é Deolinda e tem idade suficiente para saber que a vida não é tão fácil como parece, solteira de amores, casada com desamores, natural de Lisboa, habita um rés-do-chão algures nos subúrbios da capital. Compõe as suas canções a olhar por entre as cortinas da janela, inspirada pelos discos de grafonola da avó e pela vida dos vizinhos. Vive com 2 gatos e um peixinho vermelho...”



Lembro-me de quando tinha 5 anos e ficava a brincar na cozinha de casa dos meus pais enquanto a minha mãe lavava a loiça. Ficávamos aqueles momentos a ouvir Deolinda através de um velhinho rádio AM. E cantarolávamos as cantigas da Deolinda naquelas tardes solarengas dos anos 80. Só que Deolinda nessa altura era tudo o que passava na rádio, desde Fado a canção ligeira às frequências das traineiras que passavam ao largo e que o transistor insistia em apanhar.

Canção ao Lado, o disco de estreia dos Deolinda, remete-me exactamente para esse tempo, para um Portugal mais puro e típico e, bem, mais Portugal. Há Fado castiço sem guitarra portuguesa e canção ligeira com bom humor e leveza. Há dores na alma cantadas com um sorriso nos lábios. Há um disco coeso e esperança no futuro da Música Popular Portuguesa.

É extremamente difícil destacar uma faixa num disco tão poderoso. Movimento Perpétuo Associativo tem petição na internet para substituir o Hino Nacional. Fado Toninho é delicioso, O Fado não é mau emana poder. Fon-Fon-Fon e Ai Rapaz são festa, Clandestino amolece o coração do mais sisudo. Melhor mesmo é ver o teaser que deixo aqui em baixo e que serve de cartão de visita para um dos melhores discos de 2008.



site: http://www.deolinda.com.pt/

11.11.08

5 canções de protesto

Em homenagem ao final do maravilhoso reinado de George W. Bush, não sendo propriamente um top, não havendo nenhuma ordem preferencial, aqui ficam cinco canções de protesto:

MP3: Cat Power - Maybe Not

MP3: Sonic Youth - Youth Against Fascism

MP3: The Cucumbers - Illegal

MP3: Tom Zé - Companheiro Bush

MP3: Harmonious Combustion - A Song For Peace




Mais, muitas mais, podem ser encontradas no site www.protest-records.com, que cheira-me ter sido criado pelos Sonic Youth.

10.11.08

RESSACA KOSOVAR - Hellboy, Hellboy II: The Golden Army, Young People Fucking, Step Brothers

Mais um fim de semana de bebedeira, mais uma ressaca kosovar, desta feita em Setúbal, terra do peixe assado e do choco frito. Esta ressaca teve a particularidade de ter durado dois dias e de ter passado por duas casas, com cada filme a ter públicos e iguarias distintas.

Passemos então à primeira ressaca, que contou com a presença do anfitrião e co-criador das ressacas kosovares nos idos de 1830, o meu muy estimado amigo Ruiruim, fervoroso defensor das bicicletes e dos blogs comunitários, e do Bruno Roldão, outro grande maluco e estimado companheiro de palhaçada. Para a comezaina, houveram barras energéticas e pão que o próprio Ruiruim amassou enquanto se preparava para o fim do petróleo, barrado com molho para salmão do IKEA. Antes de vos falar do primeiro filme, gostaria de fazer uma chamada de atenção para o referido molho. O molho para salmão do IKEA liga bem com tudo! TUDO! Acabou-se o ketchup para as batatas fritas? Molho para salmão do IKEA! Não há vinagre para temperar a salada? Molho para salmão do IKEA! Ficaste sem dentífrico? Molho para salmão do IKEA! Tudo sabe bem com o molho para salmão do IKEA! Até o salmão!



Hellboy, baseado na banda desenhada de Mike Mignola, é o filme ideal de ressaca na opinião dos meus companheiros. Tem monstros, explosões, um enredo levezinho e violência a rodos. Não sendo propriamente grande fã da banda desenhada (apesar de gostar muito da antologia Hellboy Junior, editada há um par de anos), abracei o filme e deixei-me levar pelo delírio de Gillermo del Toro. Aqui fica uma interpretação muito simplificada do argumento:

Uns senhores nazis vão para a Escócia fazer experiências com o intuito de abrir um portal para o Inferno e contratar uns monstros para ajudarem a Alemanha a ganhar a Segunda Guerra Mundial. Entre os senhores nazis, está um bicho feito de areia com umas facas muito grandes e o grande Rasputin (ra ra Rasputin, lover of the Russian Queen). Só que acontece que os aliados também lá estavam, e dão cabo da festa aos Alemães, mas não sem antes deixarem escapar um pequeno demónio do portal. O demónio é baptizado de Hellboy e adoptado por um senhor cientista paranormal. Passados 60 anos, Rasputin e o Areias das facas regressam, mas aí o cientista já tinha criado um Hellboy grande e forte e com predilecção por gatinhos fofinhos. Esse cientista trabalha para a secção paranormal do FBI, juntamente com uma coisa azul que é super-inteligente e uma senhora maluquinha que volta e meia entra em combustão espontânea, pela qual Hellboy está perdidamente apaixonado. Trabalha também nessa secção um tipo que é uma verdadeira bota de elástico e que não interessa nada para a história porque só lá está para criar um triângulo amoroso entre o vermelhão e a piromaníaca.

Adiante. Rasputin e o Areias invocam um bicho feio que semeia o caos, mas Hellboy rebenta prontamente com ele. O problema é que a cada monstro derrotado, surgem dois novos. Mais, os bichos feios têm o hábito irritante de largar ovos por todo o lado. Resultado: mais bichos feios para levarem pau do Hellboy.

E depois o cientista e pai adoptivo do vermelhão é assassinado pelo talhante das Arábias, tudo por culpa do anormal do bota de elástico que decidiu levar a senhora do fogo a passear quando devia ter ficado em casa a tricotar camisolinhas de lã . Assim, Hellboy, com a ajuda do seu amigo azul, tem que vingar a morte do seu mentor, derrotar o Rasputin e o Areias dos canivetes, matar os bichos feios todos, retalhar um calamar gigante que aparece lá mais para o fim e ainda sacar a rapariga inflamável e deixar o choninhas do bota de elástico a carpir agarrado ao estômago.

Veredicto: Gostei do Hellboy. Para filme de super-heróis baseados em banda desenhada, está muito divertido e coerente. Ron Perlman nasceu para interpretar o vermelhão, tão perfeito foi o seu casting. Levou uma ovação de pé no final e sai daqui com:



(4 Bronsons semi-nús em 5)

Depois de Hellboy e já devidamente restabelecidos, partimos alegremente para o jantar de inauguração da nova casa do nosso amigo Buly, um jantar bem alegre e bem regado. Jantares alegres e regados equivalem a ressaca, o que nos leva ao segundo dia de ressaca kosovar, novamente em casa de Ruiruim, mas esta feita contado somente com este vosso escriba e com o anfitrião.



Hellboy II: The Golden Army continua as aventuras do vermelhão e da sua pandilha. Regressam o azulinho e a Ronson-Humana, e há também um amiguinho novo, uma espécie de nevoeiro ainda mais inteligente que a coisa azul. De fora da equação está o bota de elástico, que felizmente foi enviado para a Antártida para estudar a propriedades gasosas do Guaraná.

Em Hellboy II, o herói e o seu circo de aberrações têm de derrotar um príncipe elfo maléfico que deve ter andado na escola com o Areias do filme anterior porque também gosta muito de brincar com facas, e impedi-lo de recuperar a coroa do pai e reactivar o exército dourado, uma força de combate imparável que trará a destruição da raça humana se não for travada a tempo. O elfo tem uma irmã gémea que se apaixona pela coisa azul, o que o leva a quase colocar a missão em risco. Ah, e Hellboy vai ser pai!

Veredicto: Notoriamente inferior que seu predecessor, Hellboy II: The Golden Army é ainda assim um filme de ressaca decente. Não há um cuidado tão grande em desenvolver as personagens como no primeiro filme, e as piadas são bastante forçadas. Mas a personagem de Hellboy inspira-me uma tremenda simpatia e apesar dos seus muitos defeitos, gostei deste filme e fico à espera que hajam mais Hellboys por aqui em diante. Charles Bronson manda dizer que se fosse vivo o papel de Hellboy não lhe escapava, e presenteia este filme com:



(três Bronsons semi-nús em 5)

No intervalo entre Hellboy II e o filme seguinte, Ruiruim lembrou-se que o petróleo está quase a acabar e foi fazer pães com chouriço. Estavam bonzitos, quase tão bons como a película seguinte:



Young People Fucking é uma comédia romântica das boas. Como o genial título indica, este é um filme sobre gente jovem a... Transar? Mãe, posso escrever e palavra "foder" no meu blog? Posso? Pronto, malta nova a foder.

É claro que o filme não é só isso. Isto é, 90 % de Young People Fucking passa-se debaixo dos lençóis, mas o que temos aqui é antes uma análise dos relacionamentos amorosos dos jovens adultos da actualidade, da sua ânsia em separar sexo de amor. As personagens são estereotipadas, o que neste caso revela-se positivo, e o argumento poderia perfeitamente ser uma tese de doutoramento sobre comportamento humano. Temos os melhores amigos que de momento não namoram e resolvem ser "fuck-buddies", os casados que já não sabem que mais inventar para manter a chama do casamento acesa, os ex-namorados que se encontram para recordar velhos tempos, o garanhão que consegue safar-se no primeiro encontro, e os colegas de quarto que se envolvem num esquema amoroso com a namorada de um destes. As várias fases do acto são segmentadas para mostrar como cada situação se desenvolve, estimulando reacções distintas no espectador. As partes dos colegas de quarto são hilariantes, as dos casados são constrangedoras, e as dos ex-namorados estranhamente familiares.


Veredicto: Mesmo com um título tão forte e a respirar sexo por todos os lados, não há nada de gratuito nem explícito neste filme. Mesmo a própria nudez é muito pontual. Young People Fucking está muitíssimo interessante, divertido e inclusivamente educativo. Charles Bronson diz que está disponível para a eventual sequela "Dead People Fucking", e aprova com:



(quatro Bronsons semi-nús em 5)

E com este filme terminado partimos novamente para casa do Buly, onde jantámos franguinho de churrasco e nos preparámos para a sessão mais concorrida do fim de semana. Éramos 9 alminhas ao todo. O Buly e o seu irmão Tozeca, o Ruiruim e o Bananas que também é maluquinho das bicicletes, a Susana e a Maria que é namorada do Buly e um amor de pessoa, a Madhay que é de Valencia mas emigrou para a segunda cidade mais perigosa de Portugal (Viva Setúbal, caramba! Ouvem-se tiros na rua e tudo!) e moi même. Com tal volume de gente, foi uma pena termos visto a seguinte película que quase azedou a ressaca kosovar por completo:



Ok, Step Brothers. Eu gostei do Talladega Nights. Eu gosto do Will Ferrell e do John C. Reilly. Mas este Step Brothers simplesmente não funciona. Não me interpretem mal, eu ri-me bastante em algumas partes. Mas ri-me não de divertimento, mas sim de vergonha alheia. Ver dois homens adultos a interpretar aqueles papeis deixaram-me tremendamente desconfortável e tirando o Ruiruim que estava deliciado, a opinião era geral: Step Brothers é uma abominação.

Portanto, temos dois homens adultos na casa dos 40 anos que vivem e pensam como crianças, e que guerreiam entre si quando o pai de um deles casa com a mãe do outro. Homens de 40 anos com princípio de calvície a ler revistas pornográficas em casas na árvore. A lutarem com bicicletas. A levarem pancada de crianças de 10 anos. A comerem cocó seco. Porquê? Para quê?

Veredicto: Era uma vez um cão que respirava pelo cú. Uma vez sentou-se e morreu. Gostaram da piada? Agora imaginem o que é ter de ouvir esta piada centenas de vezes durante uma hora e quarenta e cinco minutos. Já não tem tanta piada, pois não? Step Brothers tem os seus momentos, mas estica-se para além dos limites do razoável. O melhor desta sessão foi mesmo a salva de palmas que batemos quando ouvimos o barulhinho da reciclagem do Windows a ser despejada. Charles Bronson parte violentamente as pernas a este filme com um martelo pneumático e atira-o ao rio Sado com:



(um Bronson semi-nú em 5)

E assim termina mais uma sessão de cinema em boa companhia. A qualidade variou, mas a perseverança mantém-se e a ressaca kosovar foi novamente um enorme prazer. Obrigado aos meus amigos da terra de Bocage por mais estes momentos felizes. Despeço-me com amizade, à moda do Engenheiro Sousa Veloso.

7.11.08

Livros: O crocodilo que voa

"Está para sair um livro com entrevistas suas... Esse livro é uma merda! Isso é uma aldrabice. É bom para andar por essas pequenas editoras."



O crocodilo que voa é um compêndio de entrevistas feitas a Luiz Pacheco, escritor libertino, pederasta, ex-presidiário, bisexual e uma das personagens mais ricas do universo literário Português. Um livro que reúne 16 anos de entrevistas, acompanhando Pacheco de lar de idosos em lar de idosos. Um livro onde o entrevistado conta as aventuras sexuais com magalas à beira-Sado, fala das suas ex-mulheres que o enganaram e que enganou e da quantidade de filhos que não lhe fala nem quer saber dele. Um livro onde um senhor de idade se queixa da quantidade alarmante de doenças com que padece. Um livro onde o entrevistado discorre sobre os seus pares, desde os plágios de Fernando Namora e as invejas de Vergílio Ferreira, aos assédios de Natália Correia à sua esposa aquando da estadia de Pacheco no Limoeiro. Um livro onde se fala da qualidade superior do disco "O Bicho", de Iran Costa!

A grande maioria das entrevistas são hilariantes, pela sinceridade de Pacheco e pela sua sagaçidade mental que não se viu diminuída pelo passar dos anos. Quase como uma biografia, O crocodilo que voa conta uma história de Portugal recente e alternativa, pelo olhar e língua afiada do Divino Marquês. Imperdível.

4.11.08

Pretty

3.11.08

5 versões nacionais

Não sendo propriamente um top, não havendo nenhuma ordem preferencial, aqui ficam cinco artistas e bandas nacionais fazendo versões de outros cinco artistas e bandas nacionais (e de um artista internacional):


MP3: Nuno Prata - Fala do Homem Nascido (original de Adriano Correia de Oliveira)


MP3: Margarida Pinto - Capitão Romance(Original de Ornatos Violeta)


MP3: Clã - Bairro do Oriente (Original de Rui Veloso)


MP3: Quinteto tati - Gota D'água(Original de Chico Buarque)


MP3: Balla - Oublá (Original de Mão Morta)

2.11.08

Pretty