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16.11.09

RESSACA KOSOVAR - Kickboxer, Dead Snow

Não têm existido Ressacas Kosovares na minha vida ultimamente... De há uns meses para cá, sensivelmente desde a última Ressaca Kosovar que data de Março deste ano, abandonei os meus hábitos nocturnos e hoje em dia praticamente não toco em álcool, primeiro devido a uma condição clínica, actualmente porque não me apetece. Se este quadro é para ser mantido ou não só o tempo o dirá. Sinto-me bem assim, mas volta e meia a saudadita de uma bela Ressaca Kosovar aperta... Há uma ou duas semanas atrás tive a oportunidade de passar por Setúbal, onde reencontrei os meus grandes dois amigos maiores do mundo, Ruiruim das corridas e Hugo Pucaneinho dos barquinhos, e o inevitável aconteceu... Ressaca Kosovar, antecedida pela primeira Bebedeira Kosovar de sempre!

Para comer, quilos de porcaria. Batatas fritas, gomas, chocolatinhos, bolachinhas, lixo desse. Para beber, caipirinha e shots de Tequilla. Entre a comida e a bebida, Space Yoghurt, uma variante de Space Cake mas com iogurte. O resultado foi explosivo! O que começou por ser um reencontro de amigos rapidamente se transformou em actos variados de selvajaria... Houve quem comesse sopa à mão, houve quem atirasse chocolates para trás dos armários sistematicamente, houve quem saísse à rua vestido de lycra para aterrorizar a vizinhança... Nada de incomum em encontros destes hooligans... Para acalmar os ânimos, já com a presença apaziguadora do Ti Bananas das bicicletes , sóbrio e ajuizado, visionámos um grande clássico do cinema de pancadaria.



Kickboxer, de 1989, versão sóbria: Campeão de Kickboxing Americano é atirado para uma cadeira de rodas pelo seu congénere Tailandês, irmão de campeão Americano treina muito, irmão de campeão Americano ganha contra campeão Tailandês. Aqui está o resumo de 85% dos filmes de pancadaria dos anos 80, e 50% da carreira de Jean-Claude Van Damme (os restantes 50% dividem-se entre filmes em que o senhor tem um irmão gémeo malvado e películas onde o visado é obrigado a alistar-se na tropa mas continua a dar mais pontapés que tiros).

Kickboxer, de 1989, versão delirante: Dois homens grandes e musculosos com calças justas e camisolinha de alças passeiam de barco pela Tailândia. Um deles tem cabelo à Paulo Futre e bigodinho marca registada Zezé Camarinha. O outro compra flores a uma senhora que passa por ele no barco ao lado. O bigodinho abraça o mais pequeno das flores, não ocultando a ternura que os une, enquanto o passeio de barco prossegue... Apesar de um deles ter um indisfarçável sotaque francófono (Bonjour! Mái neiman iz Keeeeert ande ai éme Amérriquene, n'est pas?) o outro falar a língua dos parolos do Texas (I'm the champion, i'm the champion, Keeeeert, go get some ice for the champion while the champion makes out with this girl that wants to make out with the champion), ambos os homens afirmam serem irmãos, pois a sociedade Asiática dos anos 80 ainda não está preparada para aceitar a diferença...

(Irmãos tão parecidos que nem a sua mãezinha os consegue distinguir)

O namorado irmão de bigode é o campeão Americano de Kick-boxing, e encontra-se oficialmente na Tailândia para defrontar o campeão local, Tong Po (o Turismo Sexual fica para segundo plano). Numa manifestação claramente homofóbica, Tong Po derrota o Americano de forma humilhante, reduzindo a sua coluna vertebral a estilhaços. Um Americano que por acaso tinha ficado por ali desde o final da guerra do Vietname recolhe o campeão vencido e o seu "irmão" sedento de vingança. O campeão vai para o hospital, o "irmão" para um mestre de Muay Thay que jurara nunca mais treinar ninguém, mas que depois de ver a cara de bebé chorão de Van Damme lá acede a treinar "só mais um, vá lá, prontos, e tal". Seguem-se lindos momentos de humor, nos quais o mestre tortura Van Damme como todos nós gostaríamos de fazer, esticando-lhe as pernas previamente presas em troncos, obrigando-o a passar largos minutos debaixo de água, ou atirando-lhe com cocos do alto das árvores. O ponto alto do treino é atingido quando o mestre leva Keeeeeeert ao bar local, embebeda-o e obriga o seu aprendiz a dançar totalmente fora de ritmo com as locais, como que para provar a Heterosexualidade do seu pupilo.

(Pareces uma enguia nojenta a dançar, mas não enganas ninguém com essa camisola de alças)

Pelo meio, Mai Lee, a sobrinha do mestre, tenta trazer Keeeeeert para o mundo da virilidade, conseguindo roubar-lhe um beijo, antes do nosso herói se vomitar todo de asco... Por esta afronta, Mai Lee paga bem caro com uma ternurenta violação por parte de Tong Po. Chegado ao dia do combate, o campeão do Kick-Box para-olímpico é raptado. Enquanto que o mestre e o Americando do Vietname o libertam à força do pontapé e do tiro, Keeeeeert luta na arena com Tong Po. O Tailandês enche a cara de Van Damme de pancada, ao ponto de quase sentirmos pena do Belga, até que chega a altura que todo o rapazinho fã de filmes de artes marciais dos anos 80 conhece de cor e salteado, a frase mais mítica dos filmes de Van Damme, O momento de Kickboxer:

(You scream like Mai Lee. Mai Lee gooooooooooooooooooooooooood fuck!)

Escutando isto, Keeeeert transforma-se em Super-guerreiro do espaço nível 3, faz 4 hadoukens e um paracetamol na cara de Tong Po, vence o combate, invasão de ringue, créditos que se faz tarde, The End.

Veredicto: Filme interrompido por várias idas à casa de banho, apertadinhos de xixi que ficámos de tanto rir. Comédia de ir às lágrimas, um mimo de filme, mau, muito mau, pior do que alguma vez nos recordávamos. Gloriosamente mau! Van Damme é um péssimo actor, o sotaque Francês só o acentua ainda mais. Mestre Bronson agradece por finalmente termos trazido um filme decente para a Ressaca Kosovar, e entrega de bandeja:


(cinco Bronsons semi-nús em cinco! Uau!)

No dia seguinte, heis que finalmente chega a Ressaca Kosovar... Depois do delírio que foi este Kickboxer, sabendo já de antemão que suplantar esta jóia seria tarefa impossível, resolvemos visionar uma película mais séria...



Dead Snow, de 2009. Um filme Norueguês de terror. Em Dead Snow, um grupo de jovens passa umas férias divertidíssimas numa cabana isolada numa montanha coberta de neve. Sem se saber como nem porquê, é encontrado na cabana um baú repleto de ouro Norueguês roubado pelos Nazis durante a Segunda Grande Guerra. Esse mesmo baú encontra-se enfeitiçado, levando a que se erga na neve um batalhão de Nazis Zombies congelados para o reaver!!!?!!!!?!!!

Passe o ridículo do argumento, Dead Snow surpreende pela sua qualidade! É extremamente bem realizado e montado, possui cenários belíssimos e pormenores de câmara inteligentes, e presta homenagem descarada aos clássicos do género Zombie. E possui Tchaikovsky na banda sonora!

Mas o mais importante neste filme são os zombies e as mortes! Cabeças espalmadas, desmembramentos, decapitações, bungie-jumping com intestinos, drama, acção, Zombies Anti-Semitas, Gore, Gore, Gore!!!!!

Veredicto: Muito divertido, Dead Snow entretem e deixa um gostinho de satisfação nos lábios do ressacado. Um amor de filme de terror! Charles Bronson gostou deste, filme, lembrando-se com saudade do tempo em que combateu na II Guerra Mundial (facto verídico, vão ver à Wikipédia se não acreditam, seus descrentes de Bronson!), e verte uma lágrima nostálgica enquanto premeia o esforço Norueguês com...



(Quatro Bronsons semi-nús em cinco)

E assim terminou mais uma Ressaca Kosovar. Havendo coragem, fígado e tempo, e reunindo-se as condições certas como acontecera desta feita, poderão haver mais. Se breve, se tarde, só o tempo o dirá. Mas se as poucas que existirem forem todas como esta, já me dou por contente!

21.3.09

RESSACA KOSOVAR - Hell Ride

Começo a notar um padrão interessante nas minhas tropelias nocturnas: quanto melhor e mais divertida tiver sido a noite, maior é a possibilidade de existir uma ressaca kosovar no dia seguinte. Talvez seja um acto do subconsciente, uma maneira de prolongar a diversão e a boa onda por tempo indefinido. Talvez seja coincidência. O que é certo é que saí só para beber café numa sexta-feira onde mal se viam pessoas na rua e acabei a noite a destruir o dance-floor com 3 Irlandesas nada "desengraçadas", que, segundo as palavras delas, se aproximaram de mim graças à minha "não-dança". Vitória para o único gajo naquele bar que estava ali para se divertir e não para o engate! Faz bem ao ego de uma pessoa.

Adiante, ressaca kosovar em casa do Johnny, com a presença do cicerone, do Ratinho e do meu compincha de tropelias Renato, que por sua vez conseguiu impressionar as Irlandesas acima citadas com o seu "não-inglês". Para aconchegar o estômago, pizza e bolinhos bem gostosos.



A sessão foi preenchida com Hell Ride, de 2008, um filme de motoqueiros apadrinhado por Quentin Tarantino e com a presença de Michael Madsen, David Carradine e Dennis Hopper, escrito, realizado e interpretado pela lenda do Bikexploitation, Larry Bishop. E eu não sei se sou muito burro ou se apenas estava demasiado ressacado, mas eu não percebi nada deste filme! Hell Ride está cheio de flashbacks e flashforwards, de repetições de cenas desnecessárias para reforçar ideias perfeitamente subentendiveis e com tantas personagens que se fica perdido no meio do mar de cabedal. O que eu entendi deste filme foi que há o gang dos menos maus, os Victors, que estão chateados com o gang dos mais maus, os 666, e passam o filme todo a dizer que vão dar cabo dos 666, que os 666 têm os dias contados, que vão rebentar com os 666, e blá blá blá. E realmente os Victors dão cabo dos 666, em 3 minutos. O resto do filme é conversa da treta e intrigas desenvolvidas de forma incompetente levando a que o espectador perca o interesse nos personagens. Com que então o chefe dos Victors é pai do motoqueiro mais novo? Ah. Isso é interessante. Quase tão interessante como ver a relva a crescer.

Veredicto: O pessoal gostou. Eu achei o filme terrivelmente aborrecido, mas, como sábiamente me acusaram, se calhar estou mesmo a ficar velho para este tipo de filmes. Charles Bronson, no entanto, era bem mais velho do que eu e sempre conseguiu manter um sorriso infantil e jovial durante toda a vida. A flexibilidade dos seus músculos faciais é lendária! Hell Ride leva com



(dois Bronsons semi-nús em cinco)

por duas razões apenas: mamas e rabos. Este filme possui as mulheres mais fantásticas de toda a história dos filmes de motoqueiros! Nuas e semi-nuas. Exuberantes! Em grande plano! A lutar na lama e na gelatina! Em actos sexuais de teor lesbiano e não só! O delírio para a ressaca. Menos motas e mais meninas e ficávamos todos bem melhor servidos.
Hell Ride, em vez de ter sido povoado por gangs de feiosos, bem que podia ter sido protagonizado por um gang de motoqueiras lésbicas, semi-nuas e incestuosas... Hum... Está lá, Hollywood?

5.1.09

RESSACA KOSOVAR - Dance of the Dead

Ressaca Kosovar especial, que marca não só a primeira bebedeira de 2009 (de proporções épicas) como o final do meu contrato de trabalho como segurança (?!?!?) de um evento natalício que decorre anualmente lá para os lados da vila de Óbidos, local tão pitoresco e romântico quanto gélido e húmido. Curiosamente ou talvez não, os meus companheiros de ressaca foram também os meus colegas de trabalho, o Jamie que no Sábado à noite destruía todas as pistas de dança por onde passava e o Nuno que apesar de gastar sempre entre 30 e 40 euros de cada vez que vai a uma discoteca, afirma nunca ter tido uma ressaca na vida. Habitualmente, nas nossas primeiras horas de serviço (e o horário contava com 13 lindas horinhas de serviço seguidinhas) não existem muitos prevaricadores e o perímetro encontra-se calmo, de modo que víamos sempre um filmezito para passar as horas, normalmente uma qualquer xaropada de Hollywood que não interessa a ninguém. Porém, na noite de ontem lá calhou termos visionado uma película daquelas que tanto me aprazem, um belo filme de Zombies!



Dance of the Dead, apesar do título, não possui qualquer relação com a série de filmes de mestre Romero, estando mais próximo da estética do também já clássico Shaun of the Dead, aliando humor a terror. Numa pequena localidade Norte-Americana em tudo semelhante a Springfield, chega o final do ano lectivo e dá-se o habitual baile de finalistas. No entanto, este ano os mortos-vivos resolvem voar (literalmente) das suas campas e devorar os habitantes da pequena cidade (subentende-se que os mortos voltaram à vida devido a uma infiltração na central nuclear, mas esse pormenor nunca é totalmente explicado, como é conveniente). Salvam-se os enjeitados, aqueles que não conseguiram "dates" para o "prom" mas que ainda assim correm para resgatar os sobreviventes do baile de finalistas. O costume. Os feios ganham, os bonitos morrem, os zombies mordem, os mortos não bebem. No visionamento deste filme aprendi que:

  1. Os sapos, apesar de não possuírem dentes, são viciosos devoradores de cérebros quando transformados em zombies;
  2. Os zombies conduzem melhor mortos do que eu bêbado;
  3. As raparigas de liceu feias nos Estados Unidos são mais bonitas que as raparigas bonitas em Portugal;
  4. Só depois de morto vais conseguir beijar a rapariga dos teus sonhos, portanto nem te esforces muito com isso, basta esperares que o mundo acabe;
  5. Apenas o poder redentor do Rock and Roll é capaz de contrariar o Apocalipse.

Veredicto: Não sei o que achar deste Dance of the Dead. Se não estivesse tão violentamente abalado, era capaz de ter gostado mais do filme. Ou menos. Não sei, sinceramente. Este é um daqueles filmes que não tenta ser mais do que aquilo que é, sendo isso apenas mais um filme de Zombies e adolescentes. Já vi piores, mas ainda assim alturas houveram em que sofri com os solavancos na fluidez do enredo (e na minha cavidade estomacal também). Charles Bronson avisa-me que já que eu não me decido, decide ele por mim pois está atrasado para uma corrida de galgos e oferece a este filme:



(Dois Bronsons semi-nús em cinco)

E pronto, mais uma ressaca, mais um emprego, mais tempo para ver porcaria. Até à próxima, gente boa! Comam sempre os vegetais para crescerem fortes e saudáveis!

10.11.08

RESSACA KOSOVAR - Hellboy, Hellboy II: The Golden Army, Young People Fucking, Step Brothers

Mais um fim de semana de bebedeira, mais uma ressaca kosovar, desta feita em Setúbal, terra do peixe assado e do choco frito. Esta ressaca teve a particularidade de ter durado dois dias e de ter passado por duas casas, com cada filme a ter públicos e iguarias distintas.

Passemos então à primeira ressaca, que contou com a presença do anfitrião e co-criador das ressacas kosovares nos idos de 1830, o meu muy estimado amigo Ruiruim, fervoroso defensor das bicicletes e dos blogs comunitários, e do Bruno Roldão, outro grande maluco e estimado companheiro de palhaçada. Para a comezaina, houveram barras energéticas e pão que o próprio Ruiruim amassou enquanto se preparava para o fim do petróleo, barrado com molho para salmão do IKEA. Antes de vos falar do primeiro filme, gostaria de fazer uma chamada de atenção para o referido molho. O molho para salmão do IKEA liga bem com tudo! TUDO! Acabou-se o ketchup para as batatas fritas? Molho para salmão do IKEA! Não há vinagre para temperar a salada? Molho para salmão do IKEA! Ficaste sem dentífrico? Molho para salmão do IKEA! Tudo sabe bem com o molho para salmão do IKEA! Até o salmão!



Hellboy, baseado na banda desenhada de Mike Mignola, é o filme ideal de ressaca na opinião dos meus companheiros. Tem monstros, explosões, um enredo levezinho e violência a rodos. Não sendo propriamente grande fã da banda desenhada (apesar de gostar muito da antologia Hellboy Junior, editada há um par de anos), abracei o filme e deixei-me levar pelo delírio de Gillermo del Toro. Aqui fica uma interpretação muito simplificada do argumento:

Uns senhores nazis vão para a Escócia fazer experiências com o intuito de abrir um portal para o Inferno e contratar uns monstros para ajudarem a Alemanha a ganhar a Segunda Guerra Mundial. Entre os senhores nazis, está um bicho feito de areia com umas facas muito grandes e o grande Rasputin (ra ra Rasputin, lover of the Russian Queen). Só que acontece que os aliados também lá estavam, e dão cabo da festa aos Alemães, mas não sem antes deixarem escapar um pequeno demónio do portal. O demónio é baptizado de Hellboy e adoptado por um senhor cientista paranormal. Passados 60 anos, Rasputin e o Areias das facas regressam, mas aí o cientista já tinha criado um Hellboy grande e forte e com predilecção por gatinhos fofinhos. Esse cientista trabalha para a secção paranormal do FBI, juntamente com uma coisa azul que é super-inteligente e uma senhora maluquinha que volta e meia entra em combustão espontânea, pela qual Hellboy está perdidamente apaixonado. Trabalha também nessa secção um tipo que é uma verdadeira bota de elástico e que não interessa nada para a história porque só lá está para criar um triângulo amoroso entre o vermelhão e a piromaníaca.

Adiante. Rasputin e o Areias invocam um bicho feio que semeia o caos, mas Hellboy rebenta prontamente com ele. O problema é que a cada monstro derrotado, surgem dois novos. Mais, os bichos feios têm o hábito irritante de largar ovos por todo o lado. Resultado: mais bichos feios para levarem pau do Hellboy.

E depois o cientista e pai adoptivo do vermelhão é assassinado pelo talhante das Arábias, tudo por culpa do anormal do bota de elástico que decidiu levar a senhora do fogo a passear quando devia ter ficado em casa a tricotar camisolinhas de lã . Assim, Hellboy, com a ajuda do seu amigo azul, tem que vingar a morte do seu mentor, derrotar o Rasputin e o Areias dos canivetes, matar os bichos feios todos, retalhar um calamar gigante que aparece lá mais para o fim e ainda sacar a rapariga inflamável e deixar o choninhas do bota de elástico a carpir agarrado ao estômago.

Veredicto: Gostei do Hellboy. Para filme de super-heróis baseados em banda desenhada, está muito divertido e coerente. Ron Perlman nasceu para interpretar o vermelhão, tão perfeito foi o seu casting. Levou uma ovação de pé no final e sai daqui com:



(4 Bronsons semi-nús em 5)

Depois de Hellboy e já devidamente restabelecidos, partimos alegremente para o jantar de inauguração da nova casa do nosso amigo Buly, um jantar bem alegre e bem regado. Jantares alegres e regados equivalem a ressaca, o que nos leva ao segundo dia de ressaca kosovar, novamente em casa de Ruiruim, mas esta feita contado somente com este vosso escriba e com o anfitrião.



Hellboy II: The Golden Army continua as aventuras do vermelhão e da sua pandilha. Regressam o azulinho e a Ronson-Humana, e há também um amiguinho novo, uma espécie de nevoeiro ainda mais inteligente que a coisa azul. De fora da equação está o bota de elástico, que felizmente foi enviado para a Antártida para estudar a propriedades gasosas do Guaraná.

Em Hellboy II, o herói e o seu circo de aberrações têm de derrotar um príncipe elfo maléfico que deve ter andado na escola com o Areias do filme anterior porque também gosta muito de brincar com facas, e impedi-lo de recuperar a coroa do pai e reactivar o exército dourado, uma força de combate imparável que trará a destruição da raça humana se não for travada a tempo. O elfo tem uma irmã gémea que se apaixona pela coisa azul, o que o leva a quase colocar a missão em risco. Ah, e Hellboy vai ser pai!

Veredicto: Notoriamente inferior que seu predecessor, Hellboy II: The Golden Army é ainda assim um filme de ressaca decente. Não há um cuidado tão grande em desenvolver as personagens como no primeiro filme, e as piadas são bastante forçadas. Mas a personagem de Hellboy inspira-me uma tremenda simpatia e apesar dos seus muitos defeitos, gostei deste filme e fico à espera que hajam mais Hellboys por aqui em diante. Charles Bronson manda dizer que se fosse vivo o papel de Hellboy não lhe escapava, e presenteia este filme com:



(três Bronsons semi-nús em 5)

No intervalo entre Hellboy II e o filme seguinte, Ruiruim lembrou-se que o petróleo está quase a acabar e foi fazer pães com chouriço. Estavam bonzitos, quase tão bons como a película seguinte:



Young People Fucking é uma comédia romântica das boas. Como o genial título indica, este é um filme sobre gente jovem a... Transar? Mãe, posso escrever e palavra "foder" no meu blog? Posso? Pronto, malta nova a foder.

É claro que o filme não é só isso. Isto é, 90 % de Young People Fucking passa-se debaixo dos lençóis, mas o que temos aqui é antes uma análise dos relacionamentos amorosos dos jovens adultos da actualidade, da sua ânsia em separar sexo de amor. As personagens são estereotipadas, o que neste caso revela-se positivo, e o argumento poderia perfeitamente ser uma tese de doutoramento sobre comportamento humano. Temos os melhores amigos que de momento não namoram e resolvem ser "fuck-buddies", os casados que já não sabem que mais inventar para manter a chama do casamento acesa, os ex-namorados que se encontram para recordar velhos tempos, o garanhão que consegue safar-se no primeiro encontro, e os colegas de quarto que se envolvem num esquema amoroso com a namorada de um destes. As várias fases do acto são segmentadas para mostrar como cada situação se desenvolve, estimulando reacções distintas no espectador. As partes dos colegas de quarto são hilariantes, as dos casados são constrangedoras, e as dos ex-namorados estranhamente familiares.


Veredicto: Mesmo com um título tão forte e a respirar sexo por todos os lados, não há nada de gratuito nem explícito neste filme. Mesmo a própria nudez é muito pontual. Young People Fucking está muitíssimo interessante, divertido e inclusivamente educativo. Charles Bronson diz que está disponível para a eventual sequela "Dead People Fucking", e aprova com:



(quatro Bronsons semi-nús em 5)

E com este filme terminado partimos novamente para casa do Buly, onde jantámos franguinho de churrasco e nos preparámos para a sessão mais concorrida do fim de semana. Éramos 9 alminhas ao todo. O Buly e o seu irmão Tozeca, o Ruiruim e o Bananas que também é maluquinho das bicicletes, a Susana e a Maria que é namorada do Buly e um amor de pessoa, a Madhay que é de Valencia mas emigrou para a segunda cidade mais perigosa de Portugal (Viva Setúbal, caramba! Ouvem-se tiros na rua e tudo!) e moi même. Com tal volume de gente, foi uma pena termos visto a seguinte película que quase azedou a ressaca kosovar por completo:



Ok, Step Brothers. Eu gostei do Talladega Nights. Eu gosto do Will Ferrell e do John C. Reilly. Mas este Step Brothers simplesmente não funciona. Não me interpretem mal, eu ri-me bastante em algumas partes. Mas ri-me não de divertimento, mas sim de vergonha alheia. Ver dois homens adultos a interpretar aqueles papeis deixaram-me tremendamente desconfortável e tirando o Ruiruim que estava deliciado, a opinião era geral: Step Brothers é uma abominação.

Portanto, temos dois homens adultos na casa dos 40 anos que vivem e pensam como crianças, e que guerreiam entre si quando o pai de um deles casa com a mãe do outro. Homens de 40 anos com princípio de calvície a ler revistas pornográficas em casas na árvore. A lutarem com bicicletas. A levarem pancada de crianças de 10 anos. A comerem cocó seco. Porquê? Para quê?

Veredicto: Era uma vez um cão que respirava pelo cú. Uma vez sentou-se e morreu. Gostaram da piada? Agora imaginem o que é ter de ouvir esta piada centenas de vezes durante uma hora e quarenta e cinco minutos. Já não tem tanta piada, pois não? Step Brothers tem os seus momentos, mas estica-se para além dos limites do razoável. O melhor desta sessão foi mesmo a salva de palmas que batemos quando ouvimos o barulhinho da reciclagem do Windows a ser despejada. Charles Bronson parte violentamente as pernas a este filme com um martelo pneumático e atira-o ao rio Sado com:



(um Bronson semi-nú em 5)

E assim termina mais uma sessão de cinema em boa companhia. A qualidade variou, mas a perseverança mantém-se e a ressaca kosovar foi novamente um enorme prazer. Obrigado aos meus amigos da terra de Bocage por mais estes momentos felizes. Despeço-me com amizade, à moda do Engenheiro Sousa Veloso.

19.10.08

RESSACA KOSOVAR - Zombie Wars & Rise of the Footsoldier

As ressacas kosovares tiveram origem há muito tempo atrás, nos meus tempos de estudante universitário. Na altura, tanto eu como os meus colegas de casa como os penetras regulares passávamos as tardes inteiras deitados em colchões espalhados pelo chão da sala, comendo porcarias e visionando filmes pela televisão, com destaque natural para películas de Charles Bronson, nosso muy amado guia espiritual, enquanto recuperávamos da noite anterior e ganhávamos coragem para a piela nocturna seguinte. No auge das ressacas kosovares, posso concerteza afirmar que passei perto de uma semana sem ver a luz do sol. Mas depois o tempo passou, começamos a descobrir que afinal também havia vida para além da ressaca e - pasme-se - terminámos os nossos cursos e seguimos os nossos caminhos.

Acontece que actualmente, o hábito das ressacas kosovares está a voltar em força, agora com novos intervenientes por força da minha localização geográfica actual, tudo gente ávida por ver filmes bonitos e comer porcaria gostosa. Os afazeres profissionais de cada um empurraram a ressaca kosovar para o Domingo, graças a Nosso Senhor o dia consagrado ao descanso.

Estes momentos de gloriosa indigência impelem-me para pela enésima vez reabilitar o meu espaço tão neglicenciado. A ressaca kosovar terá as seguintes condicionantes:

1 - Ter lugar na tarde seguinte a uma animada noite de copos (especialmente aos Domingos);

2 - Haverem coisinhas para comer;

3 - Ter pelo menos dois ressacados para comparar opiniões e ressacas;

4 - Visionar pelo menos um filme (eu tento sempre puxar a brasa à minha sardinha e tentar ver um filme mau, mas na verdade qualquer filme é passível de ser analisado).

Os filmes serão pontuados pela escala de Bronson, que vai de 0 (sem efeitos sobre o ressacado) a 5 (super-filme de ressaca). Não interessa se os filmes são grandes obras do cinema ou bostas fumegantes, o que interessa é o efeito dos mesmos sobre os nossos corpos maltratados pela cerveja e o rosé da noite anterior.

A sessão de hoje teve como intervenientes a Madalena, o Gineto, o Jimmy e eu próprio. Entre o manancial de coisinhas boas para comer, encontrava-se pão de alho, croissants de doce de ovo e a essencial bolacha maria. A sessão da tarde iniciou-se com:



Zombie Wars é o melhor filme de Zombies dos anos 80 filmado em 2006. É mal realizado, mal interpretado, mal filmado, mal escrito. As mudanças entre planos parecem ter sido feitas em Powerpoint. As decapitações (que abundam) são criadas (e mal) com o mesmo efeito de computador. O orçamento é claramente reduzido (o filme alterna entre um acampamento no mato e uma aldeola perdida sabe-se lá onde) mas o que impressiona é a convicção nas caras e nas atitudes daquelas pessoas em que estão a fazer um bom filme. Há ali amor à 7ª Arte!

Um acampamento de soldados (existem 12 acampamentos no total, mas só temos a oportunidade de conhecer um) tenta sobreviver ao holocausto zombie, fazendo investidas regulares no mato para tentar encontrar sobreviventes. Depois de encontrarem um grupo de senhoras atraentes e mudas, um dos actores principais é capturado pelos zombies e levado para a sua aldeia-fantasma. Ora neste local os mortos-vivos, que apesar de apenas grunhirem e arrastarem-se como qualquer morto-vivo que se preze, estão a fazer criação de seres humanos para se abastecerem de carne humana. É esse o twist do enredo. Os mortos, que não falam e sangram abundantemente, criam pessoas para terem sempre carne fresquinha para comer. E dão-se ao trabalho de dar banho aos humanos para estes não cheirarem mal. E alimentam-nos com cenouras. Zombies. Alimentam. Pessoas. Com cenouras. Medo!

Veredicto: Zombie Wars, apesar de mau, não agride o jovem ressacado por aí além. Consegue-se ver relativamente bem, até porque conta com pouco mais de uma hora de duração. E assim, o Bronson-meter acusa:




(um Bronson semi-nú em 5)


Passemos então para o filme seguinte:



Ah, Rise of the Footsoldier, de 2007! Nada como um pouco de ultra-violência para despoletar a ressaca! Neste filme, baseado em factos verídicos, acompanhamos a linda carreira do simpático Carlton Leach, desde o tempo de hooligan bruto e estúpido até à nobre profissão de gorila da máfia, passando naturalmente por porteiro de discoteca, segurança, correio de drogas e brutamontes que gosta de pregar pessoas ao chão.

Rise of the Footsoldier começa muitíssimo bem, com litros de sangue e machadadas na cabeça, mas infelizmente deixa fugir o gás todo e fica a saber a Coca-Cola Zero. Desvia-se do seu propósito inicial e perde-se a meio com a introdução desastrada de imensas personagens secundárias que nada acrescentam ao filme e que acabam despachadas rapidamente. O final do filme cheira a "oops, gastámos o orçamento todo em sangue falso, vamos acabar isto num instante que ainda conseguimos apanhar o Pingo Doce aberto e preciso de comprar uns iogurtes".

Veredicto: Footsoldier gostava de ter sido perfilhado por Scorcese, mas claramente não foi, e acabamos com um filme decente de Gangsters com violência da boa mas também com um ritmo um bocado atabalhoado que prejudica a sua fluidez, mas potencia o desconforto do jovem ressacado. Charles Bronson aprova com:





(dois Bronsons semi-nús em 5)




E é tudo na ressaca kosovar desta semana, esperamos que hajam mais em breve e que eu tenha paciência para documentá-las. Saravá!