
A Tasca 7, no meu tempo de estudante, era um antro onde Doutores e Semi-Doutores de capa e batina conviviam alegremente com trolhas e pedreiros com cimento seco agarrado às calças. Era um ambiente saudável e ameno, que descambava sempre em bebedeiras de caixão à cova!

Esta taberna, situada numa rua transversal entre a Praça Rodrigues Lobo e a Rua Direita, tem como nome original qualquer coisa como "O Retiro do Abade", mas é mais conhecida como Tasca 7 devido ao número que está na porta. A decoração está plena de motivos tauromáquicos, portanto, goste-se ou não de tourada, a conversa vai sempre parar a esse tema nas primeiras visitas ao estabelecimento.
Entrado na Tasca 7, depois de escolhida a mesa, lá vem o Sr. Carlos, sempre de fato e gravata como os taberneiros de antigamente, espetar uma garrafa de tinto na mesa. Depois é escolher o petisco. Aconselho a lentrisca, tiras de entremeada cortada aos pedaçinhos e regada com muito picante, como manda a lei. Fujam dos ossos cozidos. Não ligam muito bem com o vinho.

Gostaria de realçar que o Sr. Carlos não suporta fumadores compulsivos (eu era sempre moralmente obrigado a ir fumar para a porta), mas é uma joia de pessoa. Uma vez, depois de ter bebidos uns litros, esqueci-me do meu relógio na Tasca. Passado duas semanas, quando lá voltei, fui recebido com o meu relógio enfiado no gargalo de uma garrafa de tinto. Não são todos os taberneiros que fazem isto, digo eu que percebo de tascas!