30.3.09

One Last Time, With Feeling


Perder a freguesia que me resta é divertido!

27.3.09

5 Cantigas totalmente gay* que me fazem ficar imensamente gay**

* No sentido homosexual da palavra
** No sentido alegre da palavra


Sem ordem de preferência, aqui ficam cinco músicas obviamente gays que me dão vontade de ir para a rua soltar a franga e que quase me convencem a ir ver um musical do La Féria.

1 - KARMAKARMAKARMAKARMAKARMA CHAMELEOOOOOON, YOU COME AND GOOOOOOO, YOU COME AND GOOOOOOOOOOOOOO!

MP3: Culture Club - Karma Chameleon

2 - WHY DOYAHAVETABRAKE ALL MY HEART? COULD'NT YOU SAVE A LITTLE PART OF IT?

MP3: Rufus Waiwright - 14th Street

3 - LEEEEEEEEET THE SUNSHIIIIIIINE, LEEEEEEEEET THE SUNSHIIIIIIINE, THE SUUUUUUUN SHINE IIIIIIN!

MP3: The Fifth Dimension - Aquarius/Let The Sunshine In

4 - SAPATÊNIS DE VINIL, BOLSINHA BAGUETE E LUVINHA DE PELICA, VOCÊ NÃO ME ESQUECE, LESBIAN CHIC SAPACACHA DO AGRESTE, SUPERAFIM SUPERAFIM SUPERAFIM DE MIM!

MP3: Cansei de Ser Sexy - Superafim

5 - HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY, IT'S THE MARCH OF THE GAAAAAAAAY PARAAAAAAAAAAAAAAAAADE! (ooh, how nice...)

MP3:Of Montreal - The Gay Parade

25.3.09

Discos: Of Montreal - The Gay Parade

Os Of Montreal são uma prolifera banda não de Montreal, mas sim de Athens, Georgia. Editando em média um disco por ano, é fácil perder-se por entre um emaranhado de discos com nomes compridos e faixas com nomes estranhos (em The Early 4-Track Recordings, por exemplo, todas os títulos das músicas contam uma história sobre a banheira de Dustin Hoffman). Todos eles são competentes à sua maneira esquizofrénica, mas de entre todos os discos da carreira do Of Montreal, um deles brilha com uma força especial. A esse album, o terceiro, de 1999, foi atribuído o nome The Gay Parade.



Reza a história que Kevin Barnes, o porta-voz dos Of Montreal, estava muito triste à janela a observar o trânsito quando a sua fada Coquelicot apareceu e sugeriu que Kevin fugisse à melancolia através da imaginação. Kevin imaginou então que os automóveis na rua subitamente abrandavam e se transformavam em carros alegóricos. Depois, imaginou uma história para cada carro. Todos os carros eram tão bonitos e as histórias tão ricas que Kevin Barnes não cabia em si de contente. No final da parada, um cavalheiro de seu nome Lecithin Emulsifier ofereceu a Kevin uma dádiva maravilhosa: a capacidade de reviver aquele dia sempre que quisesse. Kevin fê-lo tantas vezes que passou a viver na Gay Parade para sempre. Mudou o seu nome para Claude Robert e, juntamente com a sua fada Coquelicot, fez da sua missão no mundo a propagação da gayziçe e da alegria contra o cinzentismo e monotonia da vida.

As letras são o pico da imaginação e ricas em personagens e pormenores. My Favourite Boxer versa sobre a fixação de Claude Robert sobre Hector Ormano, um famoso lutador de boxe que lhe atira pedras. Neat Little Domestic Life é uma descrição ternurenta sobre a vida de casal. Já na trauteável Advice From Divorced Gentleman To His Bachelor Friend Considering Marriage, pode-se ouvir "You should stay away from roses and be careful to avoid chocolate hearts. Keep distant from romantic notions because that's where love most often starts". A minha faixa preferida de todo o disco chama-se Nickee Coco and the Invisible Tree, uma divertida e comovente história meio cantada, meio falada, sobre uma menina que se perde numa árvore invisível e o esforço que toda a aldeia faz para reencontrá-la. Destaque para a preciosa ajuda da coruja e do tradutor de corujas.

Musicalmente, a vertente mais experimental dos Of Montreal dá lugar às convenções clássicas da Pop, com vozes melodiosas e refrões cantaroláveis. The Gay Parade tem sido por vezes comparado ao Sgt. Pepper dos Beatles, e, por muito herege que essa comparação seja, só atesta a qualidade deste disco em particular. É verdadeiramente grandioso. Estranho, pretensioso e difícil, mas deliciosamente pervertido e infantil. É uma utopia de cor e exaltação, psicadelismo e efervescência, algodão doce e cabedal. Deixem os preconceitos à porta e sigam a Gay Parade!

Site Oficial: www.ofmontreal.net

MP3: Nickee Coco and the invisible Tree
MP3: The Problem With April (uma sobra das sessões de The Gay Parade que ficou injustamente de fora do alinhamento)

Hello, my name is Claude Robert and I'd like to thank you for spending time with the Gay Parade. We hope you found it enjoyable and that we will see you again very soon, because we've grown quite fond of you and all agree that you make very pleasant company.

If you ever feel that in your life the moments of gaiety are too few, you can always come and visit us, now that you know the way. And perhaps someday you'll be able to stay with us forever inside the Gay Parade.

23.3.09

Filmes: Gayniggers From Outer Space

"All of you, stick your hands in the holy asshole."



Eu vi o Gayniggers From Outer Space e sobrevivi para contar a história. Devia fazer um T-Shirt com esta inscrição. Porque não tenciono visionar este monstro de 27 minutos novamente. Prefiro perder 682 minutos de vida a papar a edição especial da trilogia do Senhor dos Anéis de uma só virada sem pausas para casa de banho que voltar a ver as aventuras dos extra-terrestres do planeta Anus. A sério. Eu nem sei o que pensar disto. Estou confuso. Confuso como um Gaynigger. Mas sem a parte do Gay. E do Nigger.

O filme inicia apresentando a tripulação da nave espacial dos Gayniggers, em missão pelo cosmos. Temos o Capitão B. Dick, o cientista D. Ildo, o Sargento Shaved Balls, o alemão comedor de fezes Senhor Schwull e o novato ArmInAss. Os Gayniggers descobrem a existência do planeta Terra, e ficam chocados com a existência de literalmente milhões de fêmeas humanas. Enquanto que a tripulação se recompõe deste choque, o Capitão B. Dick rapidamente planeia o extermínio total da feminilidade. Como é possível que um filme de Ficção Científica seja ao mesmo tempo gay e machista e não possuir as palavras Star e Trek associadas ao título é algo que me escapa.



Assim, os Gayniggers descem à Terra, armados com pistolas de raios Gay, e eliminam uma a uma todas as mulheres do planeta, salvando os homens do jugo opressor feminino e regressando alegremente à sua nave forrada a papel de alumínio, com a sensação de dever cumprido. Depois, um Gaynigger é sorteado entre os seus pares para se tornar o Embaixador Gay na terra, ensinando aos homens a doutrina do Gaynigger, e mostrando-lhes como procriar entre si (felizmente esta cena não está incluída na versão final do filme). Inexplicavelmente, o Gaynigger Embaixador transforma-se em Homem Branco. Porquê? Ninguém sabe.

Cena seguinte. Uma piscina coberta. Cheia de homens nús. Comendo bananas. Ao som da Ballade Pour Adeline de Richard Clayderman! À borda da piscina, o Embaixador Gay recebe do seu capitão as indicações finais. "Kneel down, and prepare to receive the holy gaynigger seed!", exige o capitão. E o embaixador obedece, sendo banhado por uma substância branca pastosa e leitosa. Inserir comentário jocoso preferido.

Como filme, Gayniggers From Outer Space é mau. Os actores são péssimos e estão mal dobrados, a personagem ArmInAss passa o filme a gritar as suas falas ("You look like... A DREAM"), as personagens são estereotipadas e as piadas nem para os malucos do riso servem. Como peça de propaganda, Gayniggers From Outer Space é bastante eficaz. O mais assustador neste Gayniggers é a seriedade com que os actores se dedicam aos papeis, fazendo com que o filme não seja tanto uma paródia, mas mais um vídeo promocional/objecto de tortura/lavagem cerebral, tais como os filmes de propaganda criados pela seita Japonesa Verdade Suprema, responsável pelos infames ataques de gás Sarin. Até que ponto é este filme uma comédia? Será que existem mesmo extra-terrestres Gayniggers? Será que estão mesmo a assassinar as nossas mulheres? Será Gayniggers From Outer Space um manual de instruções para verdadeiros Gayniggers? Terá Gayniggers From Outer Space o melhor titulo da história do cinema? Tantas perguntas, tanta falta de interesse em respondê-las.

O filme pode ser visionado na sua totalidade aqui, por vossa total conta e risco. FOR A GAY UNIVERSE!

21.3.09

RESSACA KOSOVAR - Hell Ride

Começo a notar um padrão interessante nas minhas tropelias nocturnas: quanto melhor e mais divertida tiver sido a noite, maior é a possibilidade de existir uma ressaca kosovar no dia seguinte. Talvez seja um acto do subconsciente, uma maneira de prolongar a diversão e a boa onda por tempo indefinido. Talvez seja coincidência. O que é certo é que saí só para beber café numa sexta-feira onde mal se viam pessoas na rua e acabei a noite a destruir o dance-floor com 3 Irlandesas nada "desengraçadas", que, segundo as palavras delas, se aproximaram de mim graças à minha "não-dança". Vitória para o único gajo naquele bar que estava ali para se divertir e não para o engate! Faz bem ao ego de uma pessoa.

Adiante, ressaca kosovar em casa do Johnny, com a presença do cicerone, do Ratinho e do meu compincha de tropelias Renato, que por sua vez conseguiu impressionar as Irlandesas acima citadas com o seu "não-inglês". Para aconchegar o estômago, pizza e bolinhos bem gostosos.



A sessão foi preenchida com Hell Ride, de 2008, um filme de motoqueiros apadrinhado por Quentin Tarantino e com a presença de Michael Madsen, David Carradine e Dennis Hopper, escrito, realizado e interpretado pela lenda do Bikexploitation, Larry Bishop. E eu não sei se sou muito burro ou se apenas estava demasiado ressacado, mas eu não percebi nada deste filme! Hell Ride está cheio de flashbacks e flashforwards, de repetições de cenas desnecessárias para reforçar ideias perfeitamente subentendiveis e com tantas personagens que se fica perdido no meio do mar de cabedal. O que eu entendi deste filme foi que há o gang dos menos maus, os Victors, que estão chateados com o gang dos mais maus, os 666, e passam o filme todo a dizer que vão dar cabo dos 666, que os 666 têm os dias contados, que vão rebentar com os 666, e blá blá blá. E realmente os Victors dão cabo dos 666, em 3 minutos. O resto do filme é conversa da treta e intrigas desenvolvidas de forma incompetente levando a que o espectador perca o interesse nos personagens. Com que então o chefe dos Victors é pai do motoqueiro mais novo? Ah. Isso é interessante. Quase tão interessante como ver a relva a crescer.

Veredicto: O pessoal gostou. Eu achei o filme terrivelmente aborrecido, mas, como sábiamente me acusaram, se calhar estou mesmo a ficar velho para este tipo de filmes. Charles Bronson, no entanto, era bem mais velho do que eu e sempre conseguiu manter um sorriso infantil e jovial durante toda a vida. A flexibilidade dos seus músculos faciais é lendária! Hell Ride leva com



(dois Bronsons semi-nús em cinco)

por duas razões apenas: mamas e rabos. Este filme possui as mulheres mais fantásticas de toda a história dos filmes de motoqueiros! Nuas e semi-nuas. Exuberantes! Em grande plano! A lutar na lama e na gelatina! Em actos sexuais de teor lesbiano e não só! O delírio para a ressaca. Menos motas e mais meninas e ficávamos todos bem melhor servidos.
Hell Ride, em vez de ter sido povoado por gangs de feiosos, bem que podia ter sido protagonizado por um gang de motoqueiras lésbicas, semi-nuas e incestuosas... Hum... Está lá, Hollywood?

20.3.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo V: California

California, o estado dourado


Capital: Sacramento

Animal: Urso-pardo (Ursos arctos)

Lei Idiota: É considerado delito disparar contra qualquer peça de caça a partir de um veículo em movimento, a menos que o alvo seja uma baleia

Artista: Beck (MP3: Lazy Flies retirado por queixa DMCA, cientologistas filhos-duma-puta)

Miss California: Meagan Yvonne Tandy

19.3.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo IV: Arkansas

Arkansas, terra da oportunidade


Capital: Little Rock

Animal: Veado galheiro (Odocoileus virginianus)

Lei Idiota: Sexo oral é considerado sodomia

Artista: Johnny Cash (MP3: I See a Darkness)

Miss Arkansas: Stevi Lauren Perry

18.3.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo III: Arizona

Arizona, o estado Apache


Capital: Phoenix

Animal: Bassarisco (Bassariscus astutus)

Lei Idiota: É proibido ter asnos a dormir em banheiras

Banda: Calexico (MP3: Quattro)

Miss Arizona: Courtney Lorraine Barnas

17.3.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo II: Alaska

Alaska, a última fronteira


Capital: Juneau

Animal: Alce (Alces alces)

Lei Idiota: É crime empurrar um alce de um avião
Banda: Portugal. The Man (MP3: Lay Me Back Down)

Miss Alaska: Courtney Erin Carroll

16.3.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo I: Alabama

Alabama, o estado do algodão

Capital: Montgomery

Animal: Raposa-vermelha (Vulpes vulpes)

Lei Idiota: É proibido abrir chapéus de chuva na rua, pois podem assustar os cavalos

Banda: The Commodores (MP3: Slippery When Wet)

Miss Alabama: Rebecca Moore

13.3.09

Discos: Julie Doiron - I Can Wonder What You Did With Your Day

Disco fresquinho, editado recentemente. O mais recente da Canadiana Julie Doiron, brilhante escritora de canções que timidamente vai vendo o seu talento sendo reconhecido.



I Can Wonder What You Did With Your Day é já o oitavo album de Doiron, exceptuando Eps e colaborações com outras bandas e distingue-se dos seus anteriores trabalhos predominantemente acústicos por abraçar uma sonoridade Rock mais lo-fi, uma tendência já demonstrada no anterior Woke Myself Up, de 2007. A voz suave e característica de Julie consegue sobrepor-se às distorções da guitarra e baixo, criando uma combinação sonora muito curiosa, suja e no entanto apelativa. A comprovar em Borrowed Minivans, a título de exemplo.

O novo disco de Doiron acaba por servir também um pouco de resumo da sua carreira. No meio da distorção temos alguns temas acústicos de primeira apanha (The Life of Dreams é fantástica) e ainda uma faixa em Francês, trazendo à memória Désormais, o seu disco inteiramente cantado no idioma de Eric Cantona. O único senão que tenho a apontar a este disco é o mesmo que se aplica a toda a discografia de Julie Doiron, a sua curta duração, ultrapassando por muito pouco a marca dos 30 minutos. As músicas sabem sempre a pouco e fica a sensação de estarem incompletas. Mais uma válida razão para ouvir ICWWYDWYD as vezes que forem necessárias para total satisfação.


Site oficial: www.juliedoiron.com

MP3: Consolation Prize

12.3.09

Um conselho que alguém devia ter dado aos meus pais



Nota: Onde se lê four leia-se eight.

11.3.09

Banda Desenhada: The Umbrella Academy

Gerard Way é uma personagem irritante. Vocalista da banda emo My Chemical Romance, Way é, juntamente com o ouriço alemão dos Tokyo Hotel e do actor oportunista Jared Leto (porquê, rapaz? Até entraste no American Psycho e tudo... Porquê arruinares a carreira a brincar aos rockstars?), um dos principais responsáveis pela moda das meninas vestidas como góticas e permanentemente deprimidas por serem "emocionais", mas que depois vão para os concertos destes artistas aos gritinhos como se dos Backstreet Boys ou do Tony Carreira se tratassem. Mas, enquanto que Leto e o Sonic germânico arderão no inferno do esquecimento, com vidas vazias mas uma conta bancária bem choruda, Gerard Way possui um importante factor de redenção: contra todas as espectativas, a sua banda desenhada, The Umbrella Academy, é uma das melhores da década. Sem exagero.


Há muito tempo atrás, por todo o mundo, exactamente às 21:38, quarenta e três crianças especiais nasceram de mães insuspeitas das suas próprias gravidezes. Enquanto que a maior parte morre instantaneamente, pelo menos 7 dessas crianças sobrevivem, para serem adoptadas por um extra-terrestre mascarado de filantropo. Este pai adoptivo, frio e calculista, treina as crianças para salvarem o mundo. A história começa muitos tempo depois, após o final desta equipa intitulada The Umbrella Academy, irmãos desavindos reunidos à volta da campa de um pai que nunca os amou. Os irmãos entretanto adultos demonstram personalidades muito próprias. Número um, o homem forte com corpo de gorila, está perdidamente apaixonado pela irmã número três, que possui o interessante poder de contar uma mentira que automáticamente passa a ser verdade. Número dois odeia toda a sua família e tem o poder de suster a respiração indefinidamente. Número quatro comunica com os mortos. Número cinco consegue viajar no tempo, e é o mais adulto do grupo, apesar de ter ficado permanentemente com o corpo de uma criança de 5 anos. Número sete não possui qualquer poder especial. Mas é a personagem mais importante da Umbrella Academy.

O argumento, brilhantemente ilustrado pelo Brasileiro Gabriel Bá, é inventivo e surreal, e as surpresas e reviravoltas sucedem-se a um ritmo que nos agarra por completo. O primeiro Trade Paper Back, Apocalypse Suite, está disponível numa das 5 (ou 6) lojas de banda desenhada ainda existentes e persistentes em Portugal. O segundo volume, Dallas, está para sair entretanto. Way, mereces a minha admiração pelo respeito e gozo com que escreves banda desenhada. És o maior entre os ouriços e os actorezecos!

8.3.09

Discos: Port O'Brien - All We Could Do Was Sing

Os Port O'Brien nasceram do amor e dedicação do casal Van e Cambria. Van, um pescador de salmão, escrevia as suas canções nos rigores do Alaska. Cambria fazia o mesmo no meio dos fornos de uma pastelaria em São Francisco. Quando Van chegava a terra firme, juntavam e moldavam as composições em novas músicas. Deste processo criativo surgiu All We Could Do Was Sing.



All We Could Do Was Sing está liricamente ligado ao imaginário marítimo. Fisherman's Son trata da história pessoal de Van, pescando juntamente com o seu pai. Don't Take My Advice ilustra a constante luta entre a vontade de assentar e o desejo de correr o mundo. O imaginário dos Port O'Brien, apesar de ligado à água salgada, é rico em histórias e fábulas, fazendo lembrar, com as devidas distâncias, a escrita de Colin Meloy, dos Decemberists.

All We Could Do Was Sing é meio folk, meio country (aqua-country?), melancólico a espaços e efervescente nos seus momentos mais conseguidos. Há aqui gente a tocar tachos e panelas, o que é sempre sinal de um bom disco! Ideal para tempos de crise, onde a única coisa que se pode mesmo fazer é cantar ou, à falta de cordas vocais afinadas, gritar. Um achado. Destaque natural para o momento Kelly Family do album, I Woke Up Today, a overdose de alegria dos Port O'Brien.

Site Oficial: www.portobrien.com

MP3: I Woke Up Today
MP3: Close The Lid

1.3.09

Filmes: Italian Spiderman

História verdadeira: Nos idos anos 60, o magnata da laranja Alfonso Alrugo decide fundar a sua produtora cinematográfica. Desta fábrica de sonhos saíram grandes clássicos intemporais da 7ª Arte como "A Pomareira de Palermo", "Elas Gostam é de Força IV" e "João Broncas, o Eterno Repetente". No inicio de 1964, Alrugo trava conhecimento com o realizador Gianfranco Gatti e o actor Franco Franchetti. Dá-se então inicio à produção de Italian Spiderman, baseado no best-seller da Reader's Digest, "A Morte usa Chapéu". Três anos passados e 15 milhões despendidos mais tarde, Italian Spiderman estava pronto.

Porém, o estúdio de Alrugo estava de rastos, financeiramente. Sem dinheiro para distribuir a fita, Alfonso envia a única cópia existente para os EUA num cargueiro, que nunca chega ao seu destino. Em 1969, Alfonso Alrugo desiste da sua produtora e regressa à citricultura. Gianfranco Gatti passou para a pornografia Hardocre e Franco Francheti morreu trespassado por um peixe-espada. Por desejo de Alfonso Alrugo's no seu leito de morte, os seus netos Vivaldi e Verdi Alrugo lideraram uma expedição no Atlântico numa tentativa desespertada de encontrar a fita perdida do épico Italiano.

Em 2006, após quatro anos de buscas, o navio afundado foi finalmente recuperado, e os netos de Alrugo passaram dois anos a restaurar Italian Spiderman à sua glória original. Desde 2008 que a obra de Gatti e Francheti se encontra exposta na internet, ficando para sempre segura nos anais da história.



História fictícia: Italian Spiderman é um filme Australiano contemporâneo que se faz passar por filme Italiano dos anos 60, inspirado no género Giallo (filmes de mistério com componentes de terror e erotismo, tipicamente italianos). Esta obra é uma paródia à apropriação de personagens populares americanas por outros países, como Superhomem Turco, o Superhomem Indiano e o surreal Santo, o lutador de Wrestling Mexicano e o Capitão América Turco lutam contra o Homem-Aranha Maléfico Turco (não estou a inventar), mas Italian Spiderman vence onde os outros Spidermen de outros países falham, por ser incrivelmente cool. Mesmo. Italian Spiderman é um homem à séria! Ele anda de mota, ele corre mais que uma mota, ele controla mentalmente galinhas e pinguins, ele atira o bigode como um boomerang, ele toca trompete, ele vence concursos de surf, ele seduz as mulheres com a sua dança sensual. Italian Spiderman é um portento de masculinidade! Viva!

O filme é muito divertido, principalmente para quem conhece os clichés deste género de filmes. Pode ser encontrado partido em 10 pedaços no youtube, ou arrumados comodamente no site oficial, www.alrugo.com. E sim, a fantástica banda sonora está também disponível, e pode ser ouvida aqui.

E pela vossa saúde, ponham os olhos neste trailer!