21.10.09

Never forget



6 anos a fazer falta.

20.10.09

Filmes: Eagle Vs Shark e Diagnosis: Death

Ainda os Flight of the Conchords. Para além do reconhecimento que a série de televisão vem granjeando, tanto Bret McKenzie como Jemaine Clement têm tido aventuras cinematográficas dignas de registo. Bret destacou-se primeiro, entrando nos filmes das pontas da Trilogia do Senhor dos Anéis, galardoados com um carrinho das compras cheio de Óscares. Quem não se recorda da sua soberba prestação como Figwit, o elfo figurante, durante a cena da formação dA Irmandade do Anel?



Aparentemente, por mais esquecível que fosse o seu papel, muita gente reparou nele, ao ponto de ser trazido de volta nO Regresso do Rei, desta vez com um papel mais importante, com duas falas, contrastando com as zero a que teve direito no primeiro tomo da saga. Muito antes dos Flight of the Conchords, Bret McKenzie já era um fenómeno com direito a sites de fãs dedicados à sua personagem enigmática, como Figwit Lives!

Menos galardoado, mas ainda assim integrante na selecção oficial dos Festivais Sundance e SXSW, é Eagle Vs Shark, de 2007, um filme de Taika Waititi e Loren Horsley com Jemaine Clement no principal papel.



Eagle Vs Shark é um drama mascarado de comédia romântica. Lily, empregada numa cadeia de Fast Food, escritora de canções sem público e semi-profissional do Hula-Hoop, no seu total desespero e petrificada por ficar sozinha, apaixona-se por Jarrod, mentiroso implausível, sociopata obcecado por vingar-se de um rufia que o atormentava no liceu a ponto de lhe telefonar a fazer ameaças de morte no período pós-sexo, um ser humano tão irritante e desajustado que nem a própria família gosta dele... Prova de que toda a gente tem mesmo mesmo mesmo direito a amar e ser amado.

Mais recente é o esforço conjunto não só da dupla Clement/McKenzie mas também de praticamente todo o elenco da série Flight of the Conchords, a comédia de terror Diagnosis: Death, de 2009.



Apesar da promoção, a presença das estrelas dos Flight of the Conchords resume-se a alguns minutos por parte de Jemaine e a um estatuto muito secundário no caso de Bret. Mas, não obstante, aqui temos um excelente filme de terror pontuado com humor de fino recorte. Andre, professor de liceu corrompível, sofre de cancro no rabo em fase terminal (quando falo de humor de fino recorte refiro-me a isto), e juntamente com outra doente acabadinha de atingir a maioridade chamada Jeniffer, aceita participar num tratamento experimental numa clínica sinistra... E, se conseguir sobreviver às alucinações e tormentos causados pelo tratamento (aparentemente), ainda têm direito a ser reembolsados! Pelo meio, surge um mistério envolvendo um antigo assassinato na clínica...

Eagle Vs Shark conta com momentos de humor brutais e violentos, mas prima essencialmente pelo desconforto causado por sermos todos um bocadinho cromos como Jarrod ou termos alguém próximo nas nossas vidas com atitudes assim... Diagnosis: Death possui momentos de terror muito bem conseguidos, mais pela força do susto fantasmagórico do que do gore, que também contém a espaços. Eagle Vs Shark contém belíssimas cenas inteiramente criadas através de Stop-Motion. Diagnosis: Death possui a segunda cena filmada a partir de um ânus humano simulado de que tenho conhecimento (a primeira encontra-se no filme A Fuga de 1977, realizado por Luís Filipe Rocha). Eagle Vs Shark vem embalado por uma belíssima banda sonora, misturando artistas internacionais como Devendra Banhart e M. Ward e pérolas Neo-Zelandesas como The Phoenix Foundation e Age Pryor. Diagnosis: Death aposta na tensão erótica entre uma menina em pijamas reveladores e uma enfermeira sádica.

Os filmes são imensamente diferentes, entre si e entre os demais. E ambos competentes, cada um à sua maneira, adaptados ao seu público-alvo. Duas boas apostas, com o selo de qualidade Flight of the Conchords. Kiwis rule!

13.10.09

5 cantigas dos Flight of the Conchords

Complementando o post anterior, deixo aqui cinco das minhas cantigas preferidas do 4º melhor duo Electro-Folk do país das Ovelhas e do Senhor dos Anéis.

The Humans Are Dead

Humor Retro-Futurista!




Foux de Fa Fa


Porque falar mal o Francês é passatempo Universal!



Albi, The Racist Dragon

Humor racista de fino recorte!



If You're Into It

A sinceridade é pedra fulcral em qualquer relação...



Jenny

Esta não entra na série, o que é uma pena, mas também se compreende, pois enquadrar isto num episódio seria esticar um bocadinho a corda... Uma das letras mais complexas dos Flight of the Conchords!

12.10.09

Séries: Flight of the Conchords

Os Flight of the Conchords, auto-intitulados "o quarto melhor duo Folk da Nova-Zelândia, ficando atrás da sua banda tributo, Like of the Conchords", é simplesmente a melhor coisinha saída dos antípodas desde... Sempre?



Os Flight of the Conchords são Bret McKenzie e Jemaine Clement, dois antigos colegas da Universidade que aliaram o seu gosto musical aos seus sentidos de humor dúbios, criando uma mistura que foi ganhando um culto pequeno, mas dedicado, na Nova-Zelândia natal desde 2000, passando pela Australia, e saltando para os países Anglófonos com sucessozinho e a partir daí, para a glória planetária relativa... O seu número, uma mistura de stand-up com concerto músical, deu origem a uma série de sketches radiofónicos para a BBC, 2 albuns (o terceiro sai este mês) e um EP galardoado com o Grammy para melhor disco de comédia e uma série televisiva com duas temporadas, a caminho da terceira... Assumindo-me desde já total e completo fã incondicional de tudo relacionado com Flight of the Conchords, destaco aqui a primeira temporada da série, por ser mais facilmente "encontrável" à venda em território nacional, com direito à preciosa legendagem em Português!



Os episódios giram em torno de Bret e Jemaine, dois pastores Neo-Zelandeses à procura do sucesso musical que insiste em escapar-lhes em Nova Iorque, parcialmente por culpa do manager Murray que se recusa em lhes marcar concertos depois das 7 da tarde por ficar escuro e ter medo dos bandidos, parcialmente por culpa da indiferença e preguiça dos Kiwis, mais interessados em engatar do que em actuar. Na equação temos também Mel, a única fã do Duo Folk, ao ponto de uma ridícula obsessão.

O humor é cru, violentamente cru, alimentando-se de silêncios. A interacção entre as personagens é tão indiferente e monocórdica que se torna hilariante, ao ponto de ir às lágrimas. E as letras das cantigas são excelentes, vivendo os episódios muito através delas. Cada música tem o seu teledisco, visualmente diferentes do resto da fotografia. Uma situação normal pode-se transformar numa orgia caleidoscópica de Reaggaeton (em Boom) ou num delírio psicadélico em The Pretty Prince of Parties.

A série, assim como o duo, precisa de espaço para crescer e ganhar o seu espaço no espectador, pesando a sua singularidade. Mas, para quem gosta do humor de Ricky Gervais, vai encontrar aqui muito com que se entreter. Recomendadíssissimo!