28.2.10

Couch Surfing

Este blog está outra vez semi-parado, enquanto o mar não acalmar. Vão aparecendo umas coisinhas de vez em quando e pode ser que o Kafajeste meta qualquer coisa. Espero que este temporal passe depressa. Obrigado.

19.2.10

Joe Cassete 002



Maravilhosa Mixtape 11-em-1. Sacar é aqui.

18.2.10

Videojogos: Space Channel 5

Hoje trago-vos um jogo que pouca gente teve oportunidade de experimentar, mas que me traz memórias deliciosas! Falo de Space Channel 5, conhecido entre os meus pares como CHU, de 2000!



Space Channel 5 CHU conta a história de Ulala, uma repórter intergaláctica enviada para investigar o estranho caso dos Aliens que raptam pessoas para as obrigar a dançar. Através de uma mecânica de jogo muito simples, Ulala terá de defrontar estes Aliens bailarinos em duelos de dança, resgatando os reféns com o poder do ritmo pélvico e da mini-saia de vinil.

Jogar CHU é das experiências mais básicas de jogabilidade. Os Aliens dão o mote, e nós temos de repetir os seus passos de dança dentro do ritmo. Se eles dançarem para a esquerda-direita-esquerda, nós temos que dançara para a esquerda-direita-esquerda. E se, a meio do jogo, surgir a oportunidade de disparar contra os aliens ou salvar os reféns, Ulala verbaliza o seu acto (esquerda-direita-esquerda-direita-CHU-CHU-CHU!). Lembram-se de jogar ao "Rei Manda" quando eram garotos? É igual, mas a dançar. Muito simples, visualmente apelativo, extremamente viciante!



CHU não era um jogo muito original. Antes dele existiu o muy bem sucedido PaRappa the Rapper, e depois dele veio o também feliz Samba de Amigo, que introduziu as maracas como periférico. Hoje em dia, jogos como CHU podem ser jogados na Internet e nos telemóveis, e tanto Guitar Hero como Dance Hero são formatos sofisticados do mesmo. Mor estes factores, e por muito colorido, simples e divertido que Space Channel 5 fosse (e era!), o que ainda hoje faz com que seja e que impede que este jogo caia no esquecimento é a sua genial banda sonora.



A banda de sonora de Space Channel 5 é uma bomba Funk/Acid Jazz/Brita! Construída à volta do tema Mexican Flyer de Ken Woodman & His Picadilly Brass, remete imediatamente para o estilo Retro-Futurista dos anos 60 (patente nos filmes do Austin Powers e, claro está, atribuindo essa estética ao jogo). Elaborada por gente Nipónica cujos nomes desconheço, a música do CHU é groovy, com um ritmo tresloucado, e dá vontade de abanar a anca, mesmo sem Aliens à volta para nos atrapalhar o ritmo. Possui alguns diálogos do jogo pelo meio, em Japonês, mas tirando esse pormenor, não existe aqui faixa fraca. A omnipresente Mexican Flyer é excelente, existindo até uma versão interessantíssima a capella.

O jogo poderá estar perdido para quase todos (ninguém tem Dreamcast hoje em dia e a sequela, que chegou a sair para Playstation 2, há muito que se encontra esgotada), mas a banda sonora continua poderosíssima e sobrevive a Space Channel 5! E eu até poderia dizer onde a poderiam descarregar *coff**Feicibuki**coff* mas não o vou fazer.

17.2.10

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo XXI: Massachusetts

Massachuchas, o espírito da América


Capital: Boston

Animal: Bacalhau (Gadus morhua)

Lei idiota: As crianças podem fumar, mas estão proibidas de comprar tabaco

Artista: Stephen Merritt (mentor dos Magnetic Fields e The 6ths, brilhante escritor de canções, senhor que merece muito respeito e admiração. Vídeo de The Book Of Love interpretado com um fantoche ao lado aqui.)

Miss Massachuchas: Despina Delios

12.2.10

11.2.10

5 Cosplays terríveis

Depois de ontem apresentar cinco exemplos de como brincar às personagens dos desenhos animados e afins, hoje apresentarei cinco exemplos de como não brincar às personagens dos desenhos animados e afins. Eu sou pela igualdade!


1 - Sailor Moon

Em nome da Lua vou castigar-te!




2 - Chef

Falta algum tempero a este Chef... Já o Terrance e Phillip estão perfeitos!




3 - Peter Pan

Este cavalheiro não se veste apenas de Peter Pan, este cavalheiro acredita piamente que é o Peter Pan! Chama-se Randy Constan e há poucos anos atrás casou-se (com uma mulher), envergando, claro está, as suas vestes do menino que nunca cresce. Tem site.




4 - Pokemon

Hamburgers, vou apanhá-los todos!




5 - Esta coisa

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!



AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!

10.2.10

5 Cosplays decentes

Uma vez que estamos prestes a entrar em modo-Carnaval, apresento aqui 5 sugestões de fantasias para esta "não-Festividade". Todas estas fantasias são Cosplay. E o que é isso do Cosplay?

Cosplay consiste no acto de encarnar personagens de filmes, jogos de computador, desenhos animados, por aí fora... Uma mania como esta teve a sua origem no Japão, como não poderia deixar de ser, mas alastrou-se por todo o Mundo dito civilizado. Onde existe um Geek com acesso à Internet, existe Cosplay... E alguns cosplayers são tão famosos neste Sub-mundo que conseguem construir carreiras encarnando as personagens e arrecadam belas somas de dinheiro, como é o exemplo da menina que apresento primeiro nesta lista!


1 - Princesa Leia

Existem milhares de meninas nas convenções de Star Wars vestidas como a Princesa Leia. Encontram-se fotos na Internet com rebanhos delas, todas vestidas de igual. Até concursos! Mas esta é tida como a Slave Leia definitiva. O seu nome é Christy Marie e arrecada pipas de massa em cada reunião de cromos do Star Wars. O Bikini assenta-lhe bem, mas é o palminho de cara que a fazem destacar das demais.




2 - Mai Shiranui

Dos jogos Fatal Fury/King of Fighters, Mai vem aqui mostrar que nem tudo o que se diz acerca dos atributos das Japonesas corresponde à realidade...




3 - Rikku

Alguém jogou Final Fantasy X?




4 - Phoenix

Jean Grey, dos X-Men. Morreu depois ressuscitou depois morreu depois ressuscitou depois morreu depois ressuscitou na banda desenhada, e hoje em dia acho que está para ressuscitar. Nos filmes, morreu e ressuscitou e morreu. Não ressuscitou porque não fizeram mais.




5 - Ulala

Nunca ouviram falar de Ulala? Apareçam por cá para a semana que falarei um pouco mais sobre esta personagem...

9.2.10

Pretty

5.2.10

Filmes: Pink Flamingos

Terminando esta rápida sucessão de filmes de Série-B que tinha em lista de espera, hoje trago-vos Pink Flamingos (1972), a obra choque do mestre John Waters, realizador de Cecil B. Demente e Cry Baby.

Pink Flamingos narra a história do travesti Divine e sua família: mãe atrasada-mental Edie, que vive num berço e passa o dia a chorar por ovos, filho apaixonado por galinhas Crackers e amante "lésbica" Cotton. Divine vive com esta colorida paleta de seres humanos numa roulotte, todos eles foragidos da polícia, aparentemente por serem "as pessoas mais javardas à face da terra".

(Divine, o filho e a namorada. Imaginem a mãe.)


A sua felicidade é quebrada por Connie e Raymond, um casal cujo principal negócio assenta em raptar raparigas da rua, engravidá-las, e vender os seus bebés a casais de lésbicas, revertendo os lucros das vendas para a sua rede de traficantes de heroína nas escolas primárias. Obviamente, Connie e Raymond consideram-se mais javardos que a família de Divine, e estão dispostos a tudo para prová-lo.

Um filme em cuja premissa assenta na luta pelo título de "pessoa mais javarda à face da terra" rapidamente se transforma num exercício em cinema de choque. Tudo o que de mais nojento, bizarro, contra-natura e anormal que possa ser imaginado acontecer acontece mesmo em Pink Flamingos. Temos bestialidade, crueldade animal, excrementos vários, canibalismo, nudez, mulheres com pila, sexo explícito, incesto e ainda mais desvios e taras tão estranhas e perturbadoras que nem eu as consigo catalogar. Das coisas mais bizarras que tive oportunidade de ver. E porque um bom filme de Exploitation, por raras vezes, tem o condão mágico de aterrorizar até os mais experimentados no género, numa das cenas (na festa de aniversário de Divine) dei por mim a gritar de horror, para seguidamente tentar controlar o meu vómito. Raros sãos os filmes, por mais nojentos que sejam, que arrancam de mim tal reacção.

Noutra cena, Divine e o seu filho lambem a casa dos seus rivais de uma ponta a outra. Lambem tudo, o chão, os pratos, os sofás, as paredes, a comida, os copos, as janelas. Estão uns bons 10 minutos a lamber uma casa. E depois lambem-se um ao outro.

(Lambe, meu filho, lambe! Se lamberes bem este corrimão, lambo-te o teu a seguir!)


Não existem palavras no dicionário para descrever este filme. Um exercício em mau gosto, como anunciava o poster original. Um horror! Mas um horror que aconselho vivamente! Ver para crer, mesmo! É impressionante! Qualquer fã de Série B não pode ignorar Pink Flamingos!



Nota superior para a música. O filme pode ser das coisas mais repugnantes de sempre, mas a banda sonora é bem sopimpa, de Rock and Roll do antigamente! I'm Not a Juvenile Delinquent, de Frankie Lymon & The Teenagers, merece que uma das bandas actuais lhe pegue!

4.2.10

Filmes: Thriller - A Cruel Picture

Um bom cinéfilo que aprecie remexer nos caixotes do lixo da 7ª Arte deverá possuir sempre na sua posse uma lista com todos os géneros de Série-B que terá sem falta de ver na vida para poder atingir o estado de Nirvana espiritual que lhe permita repousar enfim a sua alma atormentada, o cinturão negro em Filmes Xunga. E nessa lista, além dos clichés como filmes de zombies e de monstros gigantes e filmografias de Ed Wood e Russ Meyer, é absolutamente obrigatório visionar um filme onde entre Christina Lindberg, uma das actrizes mais bonitas da sua geração e Diva do cinema de Série B.

(Christina Lindberg. Onze Suecos barbudos não podem estar errados!)


Lindberg, uma interessante modelo de nús Sueca, protagonizou algumas películas que se encaixam no género erótico, em especial na década de 1970, quando os seus dotes "artísticos" estavam no pico. Entre o seu historial cinematográfico, um filme ganha destaque dos demais, por ter servido como fonte de inspiração para a saga Kill Bill de Quentin Tarantino. Falo do épico-chave do sub-género Violação-e-Vingança Thriller - A Cruel Picture, AKA They Call Her One Eye, AKA Hooker's Revenge, AKA Thriller - en grym film, de 1974.



Thriller - A Cruel Picture, falsamente publicitado como o primeiro filme a ser banido na Suécia, é uma obra de culto envolta em controvérsia, de tal forma que existem pelo menos 3 versões distintas: uma censurada de 104 minutos para a Europa, uma fortemente censurada para o mercado Americano de 82 minutos, e a versão sem cortes de 107 minutos. Eu, como não alinho em censuras, propus-me a ver a versão Uncut, tal e qual como o realizador a idealizou. 107 minutos. Versão Original, em Sueco... Que o meu acto de coragem fique para sempre registado!

Thriller narra a história da pequena Madeleine, uma jovem simpática, porém traumatizada por uma violação em terna idade que a deixa muda (decisão inteligente do realizador, escutei a voz de Lindberg em trailers de outros filmes e tenho a dizer que a mesma é H-O-R-R-I-V-E-L), que trabalha na leitaria do pai. Num dos seus parcos dias de folga, é abordada por um estranho anónimo (chamemos-lhe Bill) que a impressiona com o seu carro e a leva primeiro a jantar fora, depois a tomar um copo em sua casa. Claro está, Bill revela-se um monstro raptor que vicia a pobre Madeleine em heroína e a obriga a prostituir-se contra a sua vontade. Quando a jovem naturalmente se revolta contra o seu captor, Bill retira-lhe cruelmente um dos olhos.

(Fait-diver: Para a cena da profanação do globo ocular, foi utilizado um cadáver verdadeiro. Go Sweden!)


Madeleine, viciada em heroína e cega de um olho, não tem outro remédio senão aceitar o seu destino e prostituir-se. Porém, o ódio por Bill nunca para de crescer, explodindo quando a pequena descobre do que seus pais se suicidaram com o desgosto e que a sua colega de profissão fora brutalmente assassinada por um cliente. Nesta altura, Madeleine decide finalmente vingar-se e utiliza o dinheiro que colocara de parte para pagar treinos de defesa militar e artes marciais, aulas de tiro e lições de condução, de carros de Rally por alguma razão.

(Karate a muerte en Göteborg. ¡JÖCANTARØØØØØ!)


E daqui para a frente, temos o deleite de acompanhar a vingança de Madeleine, inicialmente contra os seus clientes, com o auxílio da sua caçadeira de canos serrados, depois com meios bem mais imaginativos contra o malvado Bill. Para que nada escape ao espectador (e para queimar fita), as execuções são todas feitas eeeeeeeeeeem suuuuuuuuuuuppppppppeeeeeeeeeeerrrrrrrr câmaaaaaaaaaaraaaaaaaaa leeeeeeeeeeennnnntaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...

(Execução em tempo real)


Thriller - A Cruel Picture, é um filme muito bem conseguido. Obviamente, está pejado de falhas. Passava-se bem sem os grandes planos nas cenas de penetração (passava-se sem as cenas de penetração, ponto final), as explosões automobilísticas são tão mal feitas como dispensáveis e as câmaras lentas nas execuções são de uma lentidão tal que dá para ir à casa de banho fazer um xixi e voltar (literalmente). Porém, são os pormenores que enriquecem o filme. A pala utilizada por Christina Lindberg passa de cor de rosa nas cenas de prostituição a vermelha na cena de fúria a negra nas cenas de vingança, um toque muito imaginativo. As maldades que Bill e seus clientes fazem não só à actriz principal como à sua colega de profissão e aos pais da pobre coitada são tão graves que é impossível deixar de sentir satisfação quando Madeleine se vinga e a actriz fala pelos cotovelos sem precisar de abrir a boca, só com a sua expressão facial. Thriller - A Cruel Picture, não acusa nem os anos que traz nem a sua duração, e constitui um dos melhores filmes de culto que analisei ao longo destes quase 5 anos de Contraculturalmente.

3.2.10

Filmes: Creature

Hoje trago-vos um filme de ficção científica, saído dos anos 80, década pródiga em produzir pérolas espaciais como a que apresento aqui. Trata-se de Creature, de 1985.



Creature é uma imitação descarada de Alien, o 8º passageiro, mas com piores actores, monstros menos bem conseguidos e um orçamento que mal chegaria para construir um anexo de madeira para guardar ferramentas no quintal.

Num futuro não muito distante, a corrida pela supremacia comercial do espaço disputa-se entre os Estados Unidos e a Alemanha de Leste, que entretanto, após anos de esforço unificador e da queda do muro de Berlim, resolve que afinal quer continuar separada da irmã ocidental. O objectivo visado aqui é a conquista de um novo planeta. Os Alemães de Leste (Lestalemães?) chegaram primeiro mas não voltaram a dar sinal de vida, razão mais que suficiente para os Americanos meterem o bedelho.

A equipa Americana é constituída quase na sua totalidade por actores que toda a gente conhece mas que ninguém sabe o nome.

(Aquele gajo que entra naquele filme)


(Aquele outro gajo que entra naquele outro filme)


(Aquela gaja que entra naquele filme e que faz vozes para aquela série de desenhos animados a imitar o Family Guy)


A equipa da Alemanha de Leste é constituída por Klaus Kinski. Klaus Kinski... CUM CATANO, KLAUS KINSKI!

(Guten tag! Ninguém leva a mal se eu apalpar o rabo a alguma fräulein neste filme?)


PAUSA PARA BREVE BIOGRAFIA SOBRE KLAUS KINSKI: Nikolaus Karl Günther Nakszyński nasceu na Alemanha em 1926, e faleceu em 1991. Combateu na Segunda Guerra Mundial pelos Nazis, foi capturado pelos Ingleses e iniciou a sua carreira de actor no campo de prisioneiros de guerra. Mais ou menos aquando a sua libertação, viu-se a braços com graves episódios de esquizofrenia e foi-lhe recomendado que passasse uma temporada larga num hospital psiquiátrico a fim de, se não curar-se, pelo menos arranjar maneira de controlar a doença. Kinski mandou os médicos à fava, e depois de 3-tentativas de suicídio-3 continuou a sua carreira de actor, entrando em mais de 130 filmes, desde Série B a obras aclamadas como Doutor Jivago ou Por Um Punhado de Dólares, e granjeando sucesso como performer de Spoken Word, onde insultava violentamente quem se atrevesse a ir vê-lo actuar, tornando-se um pesadelo de pessoa para colegas, realizadores, encenadores, família e raça humana no seu todo. Durante tudo isto, Klaus Kinski apalpou o rabo à sua mãe, primas, colegas de escola, soldados Nazis e Ingleses, médicas, enfermeiras, actrizes, fãs, namoradas, esposas, vizinhas, totalidade da população feminina da cidade de Bad Liebenstein e provavelmente à sua filha Nastassja Kinski, que, não lhe chegando o pai que lhe calhou na rifa, ainda foi namorar com Roman Polanski quando tinha 15 anos. Klaus Kinski, senhoras e senhores!

Voltando ao filme, aparentemente Kinski perdera toda a sua equipa para uma "coisa" que lhes destruiu a base, e une-se aos rivais Americanos, com palpável relutância de ambas as partes, dentro e fora do ecrã. E deste ponto em diante, temos tudo o que se pode esperar de um filme do espaço: Primeiro tropeçam em corpos por todo o lado, depois, em vez de regressarem à segurança dos seus lares como as pessoas normais fariam resolvem continuar a sua exploração, depois começam a ser atacado por uma "coisa", depois a "coisa" decapita uns e captura outros, depois os capturados pela "coisa" começam a chamar os sobreviventes para junto deles dizendo que não há perigo mas afinal há mesmo perigo porque a "coisa" deixou uma lesma no cérebro dos capturados que actua como controlo remoto, depois Klaus Kinski apalpa um rabo, depois há mais mortes e explosões e personagens a desaparecer e a reaparecer mais tarde, depois a "coisa" morre mas antes ainda mata mais uns quantos e depois o filme acaba.

Creature encontra a redenção no gore relativamente bem conseguido, nas cenas de sexo porque-sim ("I'm not coming back! I can feel it! Make love to me, please!") e, claro, na presença perpétuamente insana de Klaus Kinski. De resto, é a repetição consciente de clichés atrás de clichés, ao ponto da solução para erradicar a "coisa" ser reciclada de um filme sobre uma cenoura vampira gigante que um dos protagonistas tinha visto anteriormente... No final de contas, cumpre a sua função de entreter, e já faz mais que muitos filmes que andam para aí armados ao pingarelho.

2.2.10

Filmes: Ilsa, She Wolf of the SS

Continuamos a limpeza do fundo do meu catálogo de Série B. Um sub-género de Exploitation que sempre me despertou curiosidade, pelo carácter ridículo e ofensivo que a sua terminologia indicia, é o chamado Nazixploitation, ou seja, filmes que exploram uma ou várias características do chamado Terceiro Reich. Ainda que vão surgindo nos dias de hoje alguns filmes que podem ser encaixados dentro deste género (o já anteriormente abordado Dead Snow e o também recente mas nem por isso decente Outpost, a título de exemplo), o apogeu do Nazixploitation deu-se nos anos 70, justamente na era de ouro da Exploitation, quando tudo servia para argumentar um filme!

Hoje trago-vos um dos mais aclamados filmes deste sub-género, o infame Ilsa, She Wolf of the SS, de 1975.



Ilsa, She Wolf of The SS narra a perturbante história da doutora Ilsa, gestora de um campo de concentração especial para mulheres, nos idos da Segunda Guerra Mundial. Aquando a sua chegada, as mulheres, Judias e não só, são divididas em dois grupos: as mais sensuais têm como destino os bordéis da caserna, as restantes serão alvo de experiências científicas aterradoras perpetradas pela própria doutora e ajudantes em trajes reduzidos ou mesmo destrajadas. As vítimas são cosidas em água a ferver, obrigadas a suportar pressões sobre-humanas, infectadas com as mais variadas doenças, gangrenadas propositadamente, masturbadas com dildos electrificados (!) e chicoteadas até à morte, apenas com o intuito de provar a teoria da doutora de que as mulheres conseguem suportar mais dor que os homens e que por isso deviam também poder combater nas linhas da frente! No fundo, um filme sobre a igualdade entre géneros!

Tudo o que foi dito no parágrafo anterior sobre o argumento deste filme pode ser substituído pela seguinte frase: Ilsa, She Wolf of the SS, é um filme sobre mulheres nuas a serem torturadas por outras mulheres nuas. Não se passam 2 minutos sem que alguém surja tal como veio ao mundo.

(Nudez voluptuosa!)


(Nudez feticheira!)


(Nudez abundante, desconfortável e infelizmente nada apelativa!)


Existe também uma história paralela sobre os encontros sexuais entre Ilsa e os seus poucos cativos masculinos, que resultam inevitavelmente em castração, até chegar a vez de um Americano (claro!) que consegue retardar a sua ejaculação ao ponto de se tornar no amor proibido da malvada vilã, e manter o pirilau intacto! Ou seja, mais gente nua!

Por muito asquerosas e agressivas que as cenas deste filme possam ser (e são!), o que mais me ofende em Ilsa, She Wolf of the SS são os seus primeiros segundos. O disclamer com que o filme inicia ("We dedicate this film with the hope that these horrors will never happen again!") é hipocrisia descarada. É sabido que a personagem principal fora baseada em Ilsa Koch, uma Nazi das verdadeiras acusada entre outros crimes de coleccionar tatuagens removidas a prisioneiros, e que aconteceram atrocidades nos campos de concentração Nazis iguais ou piores que estas, mas o único objectivo em mente dos produtores deste filme sempre foi o lucro rápido e fácil. Uma vergonha!

Este filme teve direito a 3 sequelas e Rob Zombie prestou-lhe homenagem num dos trailers falsos (Werewolf Women of the SS) que acompanharam as sessões Norte-Americanas de Grindhouse, da dulpa Tarantino/Rodriguez, além de que vem sendo amplamente saudado por mais se aproximar da definição de "Politicamente Incorrecto" que os demais. Porém, pessoalmente, acabo aqui a minha aventura nos campos da Nazixploitation. Seguinte!

1.2.10

Filmes: Kárate A Muerte En Torremolinos

Como de momento possuo um camião cheio de tempo livre nas minhas mãos para ocupar, resolvi colocar os meus filmes em dia... Tenho visto coisas muito boas, tanto Blockbusters de Hollywood como algum cinema alternativo e clássicos dos anos 80 que me trazem boas memórias (The Breakfast Club é tão bom ou melhor agora do que quando foi feito).

Tenho também visto algum cinema de Série B, que tanto aprecio... No entanto, de há uns tempos a esta parte, à medida que vou descobrindo mais e mais filmes, vou deixando esse género para trás, por serem demasiado ofensivos, por querer esperar pela companhia certa para vê-los ou apenas porque sinceramente tenho filmes melhores para serem vistos do que estes pedaçitos de trampa seca...

Pois agora isso terminou, caro leitor (sim, você aí com os óculos à nerd e o dente postiço, a ler o meu blog às escondidas enquanto devia estar a fazer experiências de laboratório)!!! Esta semana, vou dedicar-me ao fundo do barril, àqueles filmes que não se recomendam nem ao pior inimigo, à minha aterradora LISTA DE ESPERA DE SÉRIE B!

O primeiro título desta semana de dor dá pelo nome de Kárate A Muerte En Torremolinos (2001).



Kárate a Muerte en Torremolinos é o equivalente Espanhol ao nosso Ninja das Caldas, mas, custa-me admitir, com mais estilo e uma melhor banda sonora. Desengane-se quem acha que aqui vai encontrar um bom filme de artes marciais, esta película é tão má como o título indica... Mas tem pinta! O cartaz é bom, os separadores têm bom gosto, e a música Santo es el Surf não me sai da cabeça...

Sob as águas da pacata localidade turística de Torremolinos, um mal terrível repousa... Mas o temível Doutor Malvadezas tudo fará para acordá-lo! Para isso conta com o seu séquito de zombies ninjas (!), que se encarregam de raptar virgens adolescentes recentemente desfloradas (!!) para serem sacrificadas a fim de despertar o assombroso monstro marinho Jocantaro...

¡JOCANTAROOOOOOOO!

Só um grupo de surfistas católicos (!!!), treinados pelo espírito de Mr. Miyagi (!!!!) poderão fazer frente a esta temível ameaça. E eu pergunto, com este argumento: COMO É QUE EU NÃO VI ISTO ANTES??????????????????

O filme é muito divertido, e nota-se o prazer que a equipa técnica deve ter tido na elaboração de personagens como Chuck Lee (mistura de Chuck Norris com Bruce Lee), os castos surfistas católicos, o Zezé Camarinha local e os extra-terrestres que não têm função absolutamente nenhuma no filme, já para não referir na constante alusão a canabinóides (o presidente da câmara de Torremolinos contrata um parapsicólogo em constante transe ganzado e Mr. Miyagi deseja que os seus ensinamentos sejam pagos em charros porque a eternidade é uma seca).

Os actores são péssimos, os efeitos especiais são básicos (nem se preocupam em disfarçar que as cabeças e membros decepados são vulgares manequins de montra), e o filme é assumidamente mau... Mas Kárate a Muerte en Torremolinos é um deleite ao mesmo tempo! Bons pormenores de realização, ângulos impossíveis, a já citada banda sonora, a história caótica e imprevisível que deixa o espectador boquiaberto com as reviravoltas no enredo e o divertimento que transparece no meio disto. Um must para fãs de filmes de Série Z que não se amedrontam com a língua Castelhana!