2.2.10

Filmes: Ilsa, She Wolf of the SS

Continuamos a limpeza do fundo do meu catálogo de Série B. Um sub-género de Exploitation que sempre me despertou curiosidade, pelo carácter ridículo e ofensivo que a sua terminologia indicia, é o chamado Nazixploitation, ou seja, filmes que exploram uma ou várias características do chamado Terceiro Reich. Ainda que vão surgindo nos dias de hoje alguns filmes que podem ser encaixados dentro deste género (o já anteriormente abordado Dead Snow e o também recente mas nem por isso decente Outpost, a título de exemplo), o apogeu do Nazixploitation deu-se nos anos 70, justamente na era de ouro da Exploitation, quando tudo servia para argumentar um filme!

Hoje trago-vos um dos mais aclamados filmes deste sub-género, o infame Ilsa, She Wolf of the SS, de 1975.



Ilsa, She Wolf of The SS narra a perturbante história da doutora Ilsa, gestora de um campo de concentração especial para mulheres, nos idos da Segunda Guerra Mundial. Aquando a sua chegada, as mulheres, Judias e não só, são divididas em dois grupos: as mais sensuais têm como destino os bordéis da caserna, as restantes serão alvo de experiências científicas aterradoras perpetradas pela própria doutora e ajudantes em trajes reduzidos ou mesmo destrajadas. As vítimas são cosidas em água a ferver, obrigadas a suportar pressões sobre-humanas, infectadas com as mais variadas doenças, gangrenadas propositadamente, masturbadas com dildos electrificados (!) e chicoteadas até à morte, apenas com o intuito de provar a teoria da doutora de que as mulheres conseguem suportar mais dor que os homens e que por isso deviam também poder combater nas linhas da frente! No fundo, um filme sobre a igualdade entre géneros!

Tudo o que foi dito no parágrafo anterior sobre o argumento deste filme pode ser substituído pela seguinte frase: Ilsa, She Wolf of the SS, é um filme sobre mulheres nuas a serem torturadas por outras mulheres nuas. Não se passam 2 minutos sem que alguém surja tal como veio ao mundo.

(Nudez voluptuosa!)


(Nudez feticheira!)


(Nudez abundante, desconfortável e infelizmente nada apelativa!)


Existe também uma história paralela sobre os encontros sexuais entre Ilsa e os seus poucos cativos masculinos, que resultam inevitavelmente em castração, até chegar a vez de um Americano (claro!) que consegue retardar a sua ejaculação ao ponto de se tornar no amor proibido da malvada vilã, e manter o pirilau intacto! Ou seja, mais gente nua!

Por muito asquerosas e agressivas que as cenas deste filme possam ser (e são!), o que mais me ofende em Ilsa, She Wolf of the SS são os seus primeiros segundos. O disclamer com que o filme inicia ("We dedicate this film with the hope that these horrors will never happen again!") é hipocrisia descarada. É sabido que a personagem principal fora baseada em Ilsa Koch, uma Nazi das verdadeiras acusada entre outros crimes de coleccionar tatuagens removidas a prisioneiros, e que aconteceram atrocidades nos campos de concentração Nazis iguais ou piores que estas, mas o único objectivo em mente dos produtores deste filme sempre foi o lucro rápido e fácil. Uma vergonha!

Este filme teve direito a 3 sequelas e Rob Zombie prestou-lhe homenagem num dos trailers falsos (Werewolf Women of the SS) que acompanharam as sessões Norte-Americanas de Grindhouse, da dulpa Tarantino/Rodriguez, além de que vem sendo amplamente saudado por mais se aproximar da definição de "Politicamente Incorrecto" que os demais. Porém, pessoalmente, acabo aqui a minha aventura nos campos da Nazixploitation. Seguinte!

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