29.4.09

Discos: Kath Bloom and Loren Mazzacane Connors - Sing The Children Over & Sand On My Shoe

Kath Bloom é uma cantora folk do Connecticut. Loren Mazzacane Connors é um guitarrista talentoso e sub-valorizado, tendo atingido a maior visibilidade da sua carreira através de colaborações com Thurston Moore e Jim O'Rourke dos Sonic Youth. Em 1976, Bloom e Connors juntaram-se numa parceria que durou oito anos e deu origem a sete albuns e alguns singles. Em 2008, dois dos discos mais importantes desta parceria, Sing The Children Over e Sand On My Shoe foram reeditados em conjunto.



Sing The Children Over e Sand On My Shoe, editados em 1982 e 1983 respectivamente, são belíssimas obras folk, de uma simplicidade desarmante. Apenas com 2 guitarras entrelaçadas, a voz de Kath Bloom e os murmúrios de Loren Mazzacane Connors apelam ao nó na garganta, aquela tossezinha na alma que só a música nos consegue fazer sentir. A guitarra de Mazzacane canta a mesma dor que Bloom, que toca no seu instrumento os mesmos gemidos que Mazzacane. Uma parecia dinâmica e honesta no limiar da perfeição. Bloom e Mazzacane são a sua música.

Ambos os discos são assombrosamente belos, mas Sand On My Shoe destaca-se por ter sido inteiramente escrito por Kath Bloom, enquanto que Sing The Children Over contém alguns temas tradicionais norte-americanos. A voz sofrida de Bloom e a técnica superior de guitarra da Connors conferem a estes trabalhos um poder crú a fazer lembrar os Blues à beira-rio do passado. Dois discos que caíram no esquecimento mas que podem ser redescobertos agora, numa edição dupla remasterizada em cd e com algumas faixas bónus.

Site Oficial de Loren Connors: www.fvrec.com/lorenconnors
Myspace de Kath Bloom: www.myspace.com/kathbloomchapter

MP3: Nobodys Fault But Mine
MP3: Baby Now
MP3: This River

28.4.09

Music Catch 2 é o jogo mais Zen do universo

Apresento-vos Music Catch 2, o jogo de computador mais relaxante de todos os tempos.



O jogo pega no já de si muy zen conceito da primeira entrega e eleva a jogabilidade a outro nível, adicionando mais composições e opções de jogo, para além da espectacular opção de podermos escolher qualquer música, desde que esteja alojada na internet. Experimentei esta opção com a Father & Son do Cat Stevens e não consegui tirar o sorriso idiota da minha cara durante a total duração do jogo. A saber: vermelho é mau, tudo o resto é bom. Joguem-no, e garanto que a seguir vão ter um enorme desejo de dizerem aos vossos entes queridos o quanto gostam deles.

Experimentem-no aqui.

27.4.09

5 momentos de La Blogothèque

O site Francês www.blogotheque.net tem vindo a fazer um excelente trabalho com a sua série Concerts a Emporter (concertos Take-Away), onde músicos estrangeiros são convidados a interpretar as suas músicas em cenários improvisados, ou deslocados do seu habitat natural. Tanto sucesso possui este conceito, que surgiram entretanto alguns imitadores, para gáudio do fã de música informado. Mas o original é (quase) sempre o melhor, e aqui ficam 5 das minhas actuações favoritas na Blogothèque:

1 - Sigur Rós: Með Suð Í Eyrum

Uma arrepiante interpretação do segundo single retirado de Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust (resenha aqui) num café parisiense. Divertida é a conversa que antecede a actuação, com os clientes do café a fugirem com medo do que pudesse vir. (Música Islandesa? Não gosto!)



2 - Arcade Fire - Neon Bible & Wake Up



A interpretação de Neon Bible por uns Arcade Fire apertados num elevador garantiu-lhe o estatuto de música preferida do segundo album (resenha também está aqui). A apoteose de Wake Up cantada no megafone em plena plateia do Olympia abrilhantou ainda mais a performance. Épico!

3 - Cold War Kids - Saint John

Os Cold War Kids parecem estar nos bastidores de uma qualquer sala de espectáculos, e entregam uma interpretação bastante energética de Saint John, a faixa mais forte do seu disco de estreia, Robbers & Cowards (resenha aqui... Mais uma vez).



4 - Bon Iver - Flume

Bon Iver é excelente e sou capaz de lutar com qualquer homem ou mulher que diga o contrário. Quem não se sentir tocado pelo ambiente e interpretação deste Flume tem o coração no lugar do pâncreas.



5 - Sufjan Stevens - The Lakes of Canada

Tenho especial predilecção por este video. Num telhado qualquer Americano, numa manhã obviamente fria, Sufjan Stevens arrisca a vida para nos trazer uma doce versão de The Lakes of Canada, um original de The Innocence Mission. Provavelmente o meu video preferido de toda a série.



Mais artistas em situações invulgares:

Concerts a Emporter

In a Van

Black Cab Sessions

(Behind) Closed Doors

22.4.09

Discos: Elizabeth Cotten - Freight Train and Other North Carolina Folk Songs and Tunes

Elizabeth Cotten nasceu em 1895. Desde tenra idade, começou a brincar com os instrumentos musicais de seu lar e aos 8 anos já sabia tocar banjo à sua maneira muito peculiar. De pouco lhe serviu esta habilidade, pois o inicio do século XX não era fácil para uma pobre negra de North Carolina. Cedo começou a trabalhar como doméstica, até ser descoberta pela família a quem limpava a casa, 25 anos depois da última vez que tocara numa guitarra e num banjo.

Cotten começou a actuar e a gravar as suas canções já bem depois dos 60 anos. Sendo canhota, Cotten aprendeu a tocar banjo com as cordas "ao contrário", ou seja, com o encordoamento para destro, utilizando o polegar para fazer as vezes dos outros dedos. Mais tarde, quando passou as suas composições para guitarra, inadvertidamente acabou por criar um novo estilo de tocar o instrumento. Inicialmente tentando tocar guitarra como se de um banjo se tratasse, Cotten desenvolveu um dedilhado muito próprio. De referir também que Elizabeth nunca afinava a guitarra, nem nunca aprendeu uma pauta, tocando de ouvido. Elizabeth não sabia sequer o nome das notas! E os seus acordes são quase surreais, pela ginástica de dedos envolvida.



Freight Train and Other North Carolina Folk Songs and Tunes
, o seu disco de estreia, é uma das poucas obras de Elizabeth Cotten existentes em cd, contendo alguns dos temas mais emblemáticos da sua carreira, como Freight Train (escrita aos 12 anos e tocada regularmente durante oito décadas!) e Going Down The Road Feeling Bad. É um disco de Blues crú, sem qualquer produção, só Cotten sentada na sua cama, dedilhando a sua guitarra, cantando pontualmente, uma avózinha a tocar só para nós. Uma óptima escuta para os fãs de guitarra acústica.

Elizabeth Cotten actuou até aos oitenta e muitos anos. Faleceu em 1987, com a bonita idade de 92 anos.

MP3: Oh Babe It Ain't No Lie

20.4.09

Filmes: Corre Lola Corre



Esta história passa-se à muito muito tempo atrás, no tempo em que os Limp Bizkit eram a maior banda do mundo (Lembram-se? Que vergonha...) . Manni fez merda. A sua carreira de traficante de droga estava a correr tão bem, e de repente vê-se a dever à máfia 100000 marcos alemães. Sem mais a quem recorrer, Manni telefona à sua namorada, Lola, que se prontifica em ajudá-lo. Lola tem 20 minutos para pedir o dinheiro ao seu pai, caso contrário Manni assaltará uma mercearia. Sem outra alternativa, Lola corre Berlim fora, contra o destino.

Os 20 minutos de corrida são multiplicados por três, levando a um igual número de cenários distintos: E se Lola chega tarde demais? E se Lola chega cedo demais? E mesmo se Lola chegar a horas, será que isso é o suficiente para salvar Manni? Por três vezes, somos confrontados por pequenas alterações no percurso da protagonista, e o seu efeito nas vidas das pessoas directamente influenciadas pelo enredo da história. Acção-reacção. O bater das asas de uma borboleta em Berlim pode originar um tsunami nas Filipinas. Corre Lola Corre (Lola Rennt, no original) é frenético, graças a uma edição de imagem violenta, mas impele-nos a reflectir sobre o peso das escolhas que fazemos na vida. E apesar de todas as personagens se tornarem irritantes de tão estúpidas que são, é esse mesmo aspecto que garante credibilidade ao filme, humanizando Lola e os seus pares.

O único aspecto que arrasta Corre Lola Corre para os anos 90 é a horrível banda sonora, uma pastiche de Euro-Rave-Trance-Scooter muito em voga na época. Mas desengane-se quem achar que isso reduz o interesse na película. Corre Lola Corre é uma explosão de adrenalina, o filme ideal para ser visto imediatamente antes de qualquer actividade física. É rápido, excitante, inteligente e visualmente apelativo, mesmo já com 10 anos em cima. Um bombom. Ainda nem sei como é que Hollywood não o arruinou com um remake...

17.4.09

Discos: Emmy The Great - First Love

Emma Lee-Moss. Menina artista. Gosta de brincar à apanhada, ao pião e às palavras. Escritora de canções. Cantora de segredos. Auto-intitulada a maior. Emmy The Great, diz ela. E nós acreditamos. Como se tivessemos hipótese de discordar.



Emmy The Great palmilhou muito terreno até chegar a este First Love, editado já em 2009. Emigrou de Hong Kong para Londres. Lançou singles atrás de singles desde 2005 até agora, abriu concertos para gente como Martha Wainright e Tilly and the Wall, solidificou a escrita, montou uma banda, tocou, tocou, tocou, tocou.

Em termos musicais, First Love é um disco de Pop acústico competente. As músicas, inicialmente intimistas, têm uma apetência para se transformarem quase inocentemente em composições épicas, e a voz de Emmy é segura e confiante. O que se destaca em First Love é mesmo a soberba qualidade da escrita da menina. Com um vocabulário rico, sentido de humor refinado e habilidade para conseguir tirar rimas impossíveis da cartola, Emmy prova que é a maior sem necessitar de recorrer à regra dos três simples. Dylan faz lembrar bom Belle & Sebastian e conta-nos de como as mulheres nunca conseguirão apreciar a música de Bob Dylan como os homens o fazem. Bad Thing Coming, We Are Safe encara a decapitação com um sorriso nos lábios. 24 é de uma honestidade desarmante ("I would marry you for money but i don't suppose you'll ever have enough"). E a dúvida que nos atormenta a todos, depois de um acidente automóvel, em MIA, "I remember how you were the one who told me that her name was either MIA or M.I.A.". Absolutamente deliciosa é a faixa-título, uma reinterpretação de Hallelujah, "the original Leonard Cohen version" segundo a letra. "You were stroking me like a pet
but you didn't own me yet", canta Emmy. Uma Emmy forte, segura de si mesma, assustadora apenas para quem não gosta de mulheres inteligentes. Emmy the Great, verdadeiramente. Descubram-na, vale toda a pena.

Site Oficial: www.emmythegreat.com

MP3: Bad Things Coming, We Are Safe
MP3: First Love

16.4.09

Pretty



Joanna Newsom. Bonita, e toca harpa que se farta. Novo album (duplo) a sair algures durante 2009.

15.4.09

5 momentos do Batman dos anos 60

Michael Keaton é um canastrão, Val Kilmer parece um bácoro pronto a ir ao forno, Christian Bale precisa de uma caixinha de pastilhas Bimil e de George Clooney só vem à memória os seus bat-mamilos. Para mim, Batman só há um. O original, o melhor, o mais insano, o inenarrável Adam West.



E celebrando a carreira de Sir West, aqui ficam cinco momentos da série "Batman", dos anos 60, conhecida por ter sido das adaptações de banda desenhada mais loucas de sempre! Esta lista está limitada a cinco entradas, mas as possibilidades são praticamente infinitas. Cada momento do Batman de Adam West é puro ouro! Ver para crer.

BAT-BOMBA! Batman descobre uma bomba na casa de pasto! Que fará o cavaleiro das trevas para conseguir desenvencilhar-se do engenho?



BAT-TUBARÃO! Batman é abocanhado por um terrível tubarão! Como se salvará o campeão do bem e justiça?



BAT-DANÇA! Batman é seduzido por uma mulher estranhamente atraente! Conseguirá o paladino de Gotham City dançar com a sua sedutora sem que as outras pessoas à sua volta se atirem para o chão de tanto rir?




BAT-DENTES!
Robin cai para a morte! Conseguirá Adam West salvar o seu companheiro e ainda ensinar uma bonita lição acerca dos benefícios de uma boa higiene oral?



BAT-AIJESUSCOMOÉPOSSIVELDEIXAREMPASSARISTO!

Batman vê-se a braços com um problema de... A sério... Desisto...

13.4.09

Banda Desenhada: Bat-Manga!

Na década de 1960, a série Batman, com o insano Adam West no papel principal e Cesar Romero no papel do primeiro e único Joker com bigode, foi um sucesso planetário, contra todas as leis do bom senso. A bat-mania que se seguiu atingiu especialmente o Japão, de onde prontamente surgiu a adaptação ao formato manga, agora traduzida para Inglês e trazida para o Ocidente numa antologia de seu nome Bat-Manga!



Alegadamente, a manga de Batman era tão obscura que nem os responsáveis pela DC Comics sabiam da sua existência, tendo existido apenas durante um ano e nunca reeditada até agora. O que é compreensível. Bat-Manga! é uma mistura de estilos orientais e ocidentais de banda desenhada, uma técnica ainda por apurar nos anos 60. Os cenários Americanos têm resultados hilariantes quando adaptados à cultura Japonesa (e vice-versa). O lettering é muito básico, assim como a arte e o papel, embora de boa qualidade, imita claramente as folhas originais da manga, conhecidas por terem utilidade nula aquando numa situação de aperto no mato.

O que tem então Bat-Manga! de especial, poderá passar-vos pela cabeça? Simples. Bat-Manga! combina a loucura de Batman dos anos 60 com um estilo de banda desenhada conhecido por conter tentáculos violadores em 95% dos livros. Demente! E gigantesco, também! A antologia conta com 384 páginas plenas das aventuras mais clinicamente instáveis do nosso cavaleiro das trevas favorito! Batman contra Godzilla! Batman contra Go-Go, o mágico do circo! Batman contra o robot dos Power Rangers!



E o melhor disto tudo é que as histórias são mesmo divertidas e agradáveis! Mesmo que não o comprem, se passarem pelo Bat-Manga! numa livraria, desfolhem-no. E deixem-se envolver pela insanidade. Porque há mais, muito mais, dentro deste canhenho do que a imagem apresentada abaixo...

12.4.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo X: Georgia

Georgia, o estado pêssego


Capital: Atlanta

Animal: Baleia-branca (Delphinapterus leucas)

Lei idiota: É proibido guardar um cone de gelado no bolso de trás das calças aos Domingos

Banda: R.E.M. (MP3: First We Take Manhattan)

Miss Georgia: Kimberly Gittings


11.4.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo IX: Florida

Florida, o estado laranja


Capital: Tallahassee

Animal: Dugongo (Trichechus manatus latirostris)

Lei idiota: É ilegal manter relações sexuais com um porco-espinho

Banda: Black Kids (MP3: I've Underestimated My Charm Again)

Miss Florida: Jessica Rafalowski

10.4.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo VIII: Delaware

Delaware, o estado diamante


Capital: Dover

Animal: Galinha de Delaware (Gallus gallus como as outras, mas esta tem as penas azuis)

Lei idiota: É possivel anular um casamento se o mesmo resultou de uma aposta

Banda: The Spinto Band (MP3: Oh Mandy)

Miss Delaware: Ashley Fletcher

9.4.09

Social Networking

(Este post é palavroso e foge um bocadinho ao que se costuma escrever por aqui. Falam-se de coisas pessoais. Se não vos apetecer não leiam.)

Há não muito tempo, um amigo meu de longa data telefonou-me, e enquanto falávamos dos episódios mais risíveis das nossas respectivas vidas amorosas, ele sugeriu que eu os colocasse aqui. Disse-lhe que não, que este blog não serviria para expor a minha vida pessoal, nunca o fiz nem nunca senti necessidade de o fazer. Quando a minha vida pessoal estiver demasiado complicada, paro com o Contraculturalmente e regresso juntamente com a bonança, aliás como o fiz durante pouco mais de um ano. Mas este caso em particular merece ser colocado aqui, até porque poderá servir de aviso a muito boa gente.

Há tempos, tive uma espécie de relacionamento afectivo com uma antiga paixão de outros tempos, entretanto mãe solteira. Durou o tempo que teve de durar e terminou amigavelmente, sem quezílias de parte a parte. Recentemente, essa mesma rapariga telefonou-me a comunicar que está novamente grávida. Ao que eu respondi "Fixe, parabéns! Quem é o pai?". Ela respondeu que era o pai da criança anterior. E eu disse "Porreiro, então voltaste para ele!", ao que ela respondeu que nunca o tinha deixado. Pelos vistos não era assim tão mãe solteira como eu pensava. Tudo bem, andou a fazer de mim parvo, não me chateio com isso e a questão nem é essa. A questão é que de repente entendi a razão pela qual recebi todas aquelas ameaças de morte através do Hi5.

E então eu coloquei a mim próprio a pergunta "para que é que eu preciso de um Hi5? Que vantagens trás para a minha vida o Social Networking? O que traz de bom e de mau ter informação pessoal afixada na internet? E porque é que as pessoas povoam as suas páginas com corzinhas e luzinhas e bolinhas e centenas de fotografias a fazer poses sensuais ou cómicas? Porque se metem tão a jeito para levar palmadinhas virtuais nas costas? Necessitamos assim tanto da aprovação dos outros?". Cheguei à única conclusão possível, não preciso daquilo para nada, e resolvi fazer o meu "suicídio social". Apaguei a página. Não pude deixar de sorrir enquanto o fiz. Subitamente vi-me envolvido por um sentimento de paz que me soube muito bem. Deixar de existir é bom.

A exposição pessoal através meu Hi5 servia para:

1 - Receber ameaças de morte de um gajo que nunca vi mais gordo;
2 - Bisbilhotar a vida de uma ex-namorada com a qual já nem sequer falo (e, sabendo que ela fazia o mesmo, apagar o meu Hi5 foi um favor que fiz aos dois);
3 - Albergar centenas de pessoas com quem no máximo troquei um "Olá", juntamente com dezenas de seres que nunca conheci nem nunca conhecerei pessoalmente.

Acontecia-me por vezes certas pessoas adicionarem-me ao Hi5 delas, para depois passarem por mim na rua, virarem a cara e não me dirigirem a palavra. Pessoas que, não sendo minhas amigas, achavam-se no direito de serem "amigas do Hi5" por reconhecerem a minha cara. Depreendo que o Hi5 é como as antigas cadernetas de cromos ou as colecções de Pokemons, onde o que interessa é ter mais e mais. O Hi5 é uma competição para ver quem tem mais "amigos", levando a que a meu ver a palavra perca parte do seu significado. Porque, no fundo, todo o Social Networking que precisamos encontra-se num terço das listas telefónicas dos nossos telemóveis.

Alguns amigos meus, também dissidentes do Hi5, falaram-me do Facebook. Diziam que o Facebook era diferente, que servia para juntar pessoas que já não se viam há muito tempo (aliás, era esse o objectivo inicial do Hi5), para colocá-los novamente em contacto uns com os outros. Lá acedi e registei-me no site. Reparei em três factores:

1 - O Facebook tem um aspecto menos pimba que o Hi5, de resto é basicamente o mesmo. Possui um chat incorporado na página, mas não funciona lá muito bem;
2 - Uma amiga minha do estrangeiro entrou em contacto comigo! Altamente! E estivemos a falar do que cada um de nós anda a fazer da vida! Que bom! E depois reparo que ela está online no meu MSN... Aliás, como tem estado desde há anos a fio, apesar de não conversarmos muito desde há uns tempos para cá... Porque estava ela a conversar publicamente comigo num site quando o podia fazer em privado pelo MSN? Para que as outras pessoas pudessem bisbilhotar a nossa conversa? Estranho;
3 - Entrei num site de jogos online onde estou registado. Estive um bocado por ali a brincar. Quando saí, fui ao Facebook e lá dizia "Carca has been playing on Kongregate". Senti a minha privacidade a deixar cair o sabonete durante um duche comunitário...

Portanto, o Facebook para mim também já foi à vida. Quanto à nova moda, o Twitter, subscrevo as opiniões expressas neste video abaixo:



Sinceramente, interessa a alguém saber que eu estou neste momento a comer um prato de Nestum com mel? E é tudo o que me apraz dizer sobre o Social Networking. Cuidadinho, meninos e meninas, toda a gente tem inimigos, mesmo sem o saber... E todos os nossos inimigos têm Hi5... Ou Facebook... Ou Orkut...

8.4.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo VII: Connecticut

Connecticut, o arsenal da nação


Capital: Hartford

Animal: Cachalote (Physeter catodon)

Lei idiota: É proibido andar de bicicleta a mais de 100 km/hora

Artista: Liz Phair (MP3: Fuck and Run)

Miss Connecticut: Jacqueline Honulik

7.4.09

Espectacularidade!!

Até gosto da Katy Perry. As suas músicas têm um condão Pop muito apetecível, e a menina possui uma atitude de louvar entre as suas congéneres. Gosto do seu single mais recente, Hot & Cold. No entanto, a versão original empalidece face à espectacularidade da versão dos Ucranianos Los Colorados! Nada que possa dizer fará justiça a esta cover. Ouro! Confirmem.

6.4.09

Tudo o que interessa saber sobre os Estados Unidos, capitulo VI: Colorado

Colorado, o estado montanhoso


Capital: Denver

Animal: Carneiro das Montanhas Rochosas (Ovis canadensis)

Lei Idiota: É proibido vender alcoól aos Domingos e em dias de eleições

Banda: DeVotchKa (MP3: Venus in Furs)

Miss Colorado: Hillary Cruz

4.4.09

Pretty



Creepy-chan. Saltou do olho do cú da internet para a fama. Nunca tinha seguido o America's Next Top Model da Tyra Banks, mas agora sou fã! Allison FTW!

3.4.09

Discos: Mirah - (a)spera

Mirah, respeitada e reverada artista judia de Philadelphia, dona de uma interessante carreira já com mais de 10 anos, edita em 2009 o seu mais recente registo.


(a)spera é apresentado como o quarto album de Mirah, apesar de na verdade ser o oitavo registo de originais, contando com as colaborações com a Black Cat Orchestra. E talvez por essa mesma razão, por ter passado os anos mais recentes em colaborações com outros artistas e com remisturas electrónicas dos seus temas mais antigos, transparece neste album um sentimento de alegria muito forte, do regresso ao seu habitat natural.

O que mais chama a atenção em (a)spera é a maturidade demonstrada nos arranjos das faixas, modestos mas seguros. Longe está já o gravador de 4 pistas dos primeiros registos, como se pode constatar na épica The Forest, uma das faixas mais fortes do disco, e na jazzística Gone Are The Days. Todos os discos de Mirah possuem um momento único, uma música que me leva invariavelmente a proferir a frase "Foda-se, esta gaja é demais". O momento FEGED de a(spera) é Country of the Future, uma misturada de sonoridades étnicas que passam pelo Country, Bossa-nova e musica dos Balcãs e que não tem nada a ver com o resto do disco, destacando-se por essa mesma razão. Aliás, (a)spera é mesmo isso, um monstruário da destreza musical de Mirah, o casamento feliz de sonoridades e melodias aparentemente adversas.

Afirmo categoricamente, com conhecimento de causa e sem qualquer tipo de reservas que (a)spera é o melhor disco alguma vez editado por Mirah Yom Tov Zeitlyn e recomendo-o vivamente. Um disco tão variado sonoramente terá com certeza algo a dizer a praticamente todo o amante de música. Pode ser encontrado nas lojas da especialidade, na categoria "Discaços do caraças".


Site oficial: A Mirah não tem site oficial mas está intimamente ligada à K Records.

MP3: Country of the Future

2.4.09

Discos: The Pains of Being Pure At Heart - The Pains of Being Pure At Heart



Foi-me dado a conhecer recentemente o disco dos Nova-Iorquinos The Pains of Being Pure at Heart e devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido. A estreia homónima, de 2009, é certamente um bonito disco Indie-Pop, que presta homenagem ao que foi feito anteriormente e limpa o caminho para o que há-de vir. A sonoridade balança entre os géneros irmãos Twee e Shoegaze, um misto de inocência e complexa bagagem emocional, como se The Pains Of Being Pure At Heart tivesse nascido da relação incestuosa dos Belle & Sebastian com os My Bloody Valentine, influências orgulhosamente assumidas pela banda.

Com uma colecção de pedais Fuzz, teclados cintilantes, e vozes que se complementam, a música de TPOBPAH leva-nos a sonhar acordados, a reviver memórias de outros tempos, quando as tardes eram sempre solarengas e a única preocupação que tínhamos no mundo era certificarmo-nos de que as pilhas para o walkman nunca faltassem e os pneus da bicicleta nunca ficassem sem ar. Se as palavras "anorak", "bolas de sabão" e "Sarah Records" vos dizem alguma coisa, vão adorar esta banda!

Site oficial: www.thepainsofbeingpureatheart.com

MP3: Come Saturday
MP3: Everything With You

1.4.09

E agora, para desenjoar...


PORNO!


PARA O MENINO!


PARA A MENINA!


GLORIOSA PORNOGRAFIA!