3.2.10

Filmes: Creature

Hoje trago-vos um filme de ficção científica, saído dos anos 80, década pródiga em produzir pérolas espaciais como a que apresento aqui. Trata-se de Creature, de 1985.



Creature é uma imitação descarada de Alien, o 8º passageiro, mas com piores actores, monstros menos bem conseguidos e um orçamento que mal chegaria para construir um anexo de madeira para guardar ferramentas no quintal.

Num futuro não muito distante, a corrida pela supremacia comercial do espaço disputa-se entre os Estados Unidos e a Alemanha de Leste, que entretanto, após anos de esforço unificador e da queda do muro de Berlim, resolve que afinal quer continuar separada da irmã ocidental. O objectivo visado aqui é a conquista de um novo planeta. Os Alemães de Leste (Lestalemães?) chegaram primeiro mas não voltaram a dar sinal de vida, razão mais que suficiente para os Americanos meterem o bedelho.

A equipa Americana é constituída quase na sua totalidade por actores que toda a gente conhece mas que ninguém sabe o nome.

(Aquele gajo que entra naquele filme)


(Aquele outro gajo que entra naquele outro filme)


(Aquela gaja que entra naquele filme e que faz vozes para aquela série de desenhos animados a imitar o Family Guy)


A equipa da Alemanha de Leste é constituída por Klaus Kinski. Klaus Kinski... CUM CATANO, KLAUS KINSKI!

(Guten tag! Ninguém leva a mal se eu apalpar o rabo a alguma fräulein neste filme?)


PAUSA PARA BREVE BIOGRAFIA SOBRE KLAUS KINSKI: Nikolaus Karl Günther Nakszyński nasceu na Alemanha em 1926, e faleceu em 1991. Combateu na Segunda Guerra Mundial pelos Nazis, foi capturado pelos Ingleses e iniciou a sua carreira de actor no campo de prisioneiros de guerra. Mais ou menos aquando a sua libertação, viu-se a braços com graves episódios de esquizofrenia e foi-lhe recomendado que passasse uma temporada larga num hospital psiquiátrico a fim de, se não curar-se, pelo menos arranjar maneira de controlar a doença. Kinski mandou os médicos à fava, e depois de 3-tentativas de suicídio-3 continuou a sua carreira de actor, entrando em mais de 130 filmes, desde Série B a obras aclamadas como Doutor Jivago ou Por Um Punhado de Dólares, e granjeando sucesso como performer de Spoken Word, onde insultava violentamente quem se atrevesse a ir vê-lo actuar, tornando-se um pesadelo de pessoa para colegas, realizadores, encenadores, família e raça humana no seu todo. Durante tudo isto, Klaus Kinski apalpou o rabo à sua mãe, primas, colegas de escola, soldados Nazis e Ingleses, médicas, enfermeiras, actrizes, fãs, namoradas, esposas, vizinhas, totalidade da população feminina da cidade de Bad Liebenstein e provavelmente à sua filha Nastassja Kinski, que, não lhe chegando o pai que lhe calhou na rifa, ainda foi namorar com Roman Polanski quando tinha 15 anos. Klaus Kinski, senhoras e senhores!

Voltando ao filme, aparentemente Kinski perdera toda a sua equipa para uma "coisa" que lhes destruiu a base, e une-se aos rivais Americanos, com palpável relutância de ambas as partes, dentro e fora do ecrã. E deste ponto em diante, temos tudo o que se pode esperar de um filme do espaço: Primeiro tropeçam em corpos por todo o lado, depois, em vez de regressarem à segurança dos seus lares como as pessoas normais fariam resolvem continuar a sua exploração, depois começam a ser atacado por uma "coisa", depois a "coisa" decapita uns e captura outros, depois os capturados pela "coisa" começam a chamar os sobreviventes para junto deles dizendo que não há perigo mas afinal há mesmo perigo porque a "coisa" deixou uma lesma no cérebro dos capturados que actua como controlo remoto, depois Klaus Kinski apalpa um rabo, depois há mais mortes e explosões e personagens a desaparecer e a reaparecer mais tarde, depois a "coisa" morre mas antes ainda mata mais uns quantos e depois o filme acaba.

Creature encontra a redenção no gore relativamente bem conseguido, nas cenas de sexo porque-sim ("I'm not coming back! I can feel it! Make love to me, please!") e, claro, na presença perpétuamente insana de Klaus Kinski. De resto, é a repetição consciente de clichés atrás de clichés, ao ponto da solução para erradicar a "coisa" ser reciclada de um filme sobre uma cenoura vampira gigante que um dos protagonistas tinha visto anteriormente... No final de contas, cumpre a sua função de entreter, e já faz mais que muitos filmes que andam para aí armados ao pingarelho.

1 comentário:

  1. mais uma perola! gostei da biografia do kinski! gostava de ter sido insultado por esse senhor

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