27.4.06

Filmes: O Último Filme de Terror

Há pouco aconteceu-me uma coisa estranhíssima. Estava eu a ver um filme-pipoca de terror para adolescentes chamado O Último Filme de Terror, quando de repente a imagem ficou desfocada e o filme terminou abruptamente. Subitamente apareceu-me no ecrã da minha televisão um tipo inglês chamado Max Parry, que resolveu gravar um documentário sobre a sua vida por cima da porcaria de filme que eu estava a ver.



Fiquei a saber que o Max é um tipo porreiro e inteligente, que filma casamentos mais como hobby do que como fonte de subsistência. Tive a oportunidade de o ver em almoços e jantares com a família e a socializar com os amigos. Também aprendi a matar, enforcar, mutilar e incendiar seres humanos em grande estilo eliminando qualquer hipótese de ser apanhado, porque este documentário poderia muito bem intitular-se "Como Assassinar Pessoas Aleatoriamente e Continuar a Viver uma Vida Normal".

Max é um Serial Killer frio e metódico. Juntamente com o seu assistente, este senhor rapta pessoas para brincar aos médicos-legistas, rebenta-lhes com os miolos à martelada no meio da rua e chega mesmo a arrombar casas para esfaquear quem quer que esteja lá dentro. Mas nunca deixa de ser uma pessoa encantadora. Como a certa altura do filme comunica, "Alugaste um filme de terror porque querias ver sangue e morte, e eu dou-te sangue e morte". No fundo, quem gosta de filmes de terror é um voyeur que se delicia com a desgraça alheia, e nesse sentido, Max Parry entretém-nos plenamente com a sua crueldade.



O Último Filme de Terror revelou-se uma proposta completamente original e inesperada, filme fortíssimo pleno de humor negro e crueldade, que nos faz rir e meditar sobre a fragilidade da vida humana. Um relato verdadeiramente fascinante sobre a mente de um assassino em série, que nos agarra desde o primeiro ao último segundo. Procurem-no nas lojas do Público, incluído na Série Fantas.



Trailer:

Sem comentários:

Enviar um comentário