Rambo. John Rambo. O homem. O soldado. A máquina de guerra. O herói de 3 blockbusters (com mais um a caminho). Rambo, o ícone! Rambo, o duro! Rambo, o... livro?
"Quando Rambo deixou as sombras do hangar, com o corpo musculoso em silhueta, devido à luz do Sol, abrindo a extremidade do tubo e preparando-se para praticar, Murdock virou-se para Trautman e abanou a cabeça, duvidoso.
- Coronel, tem a certeza de que ele não está ainda perturbado pela guerra? Aquela piada que ele fez acerca do pára-quedas. E ele está realmente... Eu nem Acredito. Quero dizer, tenho mesmo as minhas dúvidas... Mais interessado num arco e flechas do que num lança-granadas ultra-sofisticado. Não podemos dar-nos ao luxo de envolver alguém que possa desvairar, sob pressão, em território hostil.
- Pressão? - Trautman pareceu ter ficado estupefacto. - Pensei que tinha estudado a ficha dele, que sabia tudo sobre ele. Ele é o melhor soldado de combate que eu já vi. Mesmo em Bragg, durante o treino, era óbvio que ele seria um sucesso. Um génio. Tem um instinto para a luta e, neste momento, um único desejo: ganhar uma guerra que outros o forçaram a perder.
- Coronel, vá lá, o senhor desaponta-me. Espero que não vá voltar àquela velha piada de o Governo segurar os braços dos militares para não poderem ganhar.
- Houve mentiras. E morreram bons homens por causa disso. E outros bons homens estão ainda prisioneiros, por causa disso. E Rambo... Bem, se ganhar agora significar que tem de morrer também, ele morrerá. Sem medo. Sem ressentimentos. Isso, mais do que qualquer outra coisa, torna-o especial. Desvairar, sob pressão? Nem pensar. Porque, Murdock, aquilo a que você escolheu chamar território hostil...
- Sim? Que tem?
- Ele chama-lhe lar."
Ao que parece, David Morrell escreveu há muitos anos atrás um livro, de seu nome First Blood. O livro retratava o regresso de um antigo soldado Norte-Americano da guerra Vietnamita ao seu país de origem, e a sua impossibilidade de se readaptar. O livro, aclamado no ano da sua edição, terminava com a única solução possível para um homem treinado apenas para a guerra e sem qualquer hipótese de fuga numa sociedade em paz: a sua própria morte.
First Blood foi adaptado ao cinema. Sylvester Stallone encarnou a personagem do soldado falhado, John Rambo. James Cameron realizou. O filme foi um sucesso. A personagem principal não morreu no final como devia ter acontecido. Tinha de haver uma sequela. David Morrell, incapaz de parar a máquina de Hollywood, procurou encontrar uma solução alternativa para manter os direitos sobre a sua personagem, entretanto morta-viva tal como um zombie. A sequela do livro (e do filme) dava pelo título Rambo, A Fúria do Herói II.
O problema principal reside essencialmente aí. Rambo havia morrido no livro. Se David Morrell tivesse tido juizo, não tinha vendido os direitos de First Blood para Hollywood. A sequela funciona como um remendo com pouca cola e convicção.
"Depois da sua guerra privada contra o xerife de uma pequena cidade, Rambo está na prisão; quando o coronel trautman, seu ex-comandante, lhe propõe uma missão que para a maioria dos homens seria suicídio, Rambo aceita.
Terá de penetrar na selva do Vietname e encontrar camaradas que ainda lá estão a ser torturados. Não deve trazê-los de volta, mas apenas fotografá-los. Não se pode vingar.
Para Rambo, a primeira missão é difícil. A segunda, impossível..."
Rambo, o livro, é tão esquecível quanto o segundo filme. E então, qual é o intuito de trazer este tema à baila? Simples!
O SACANA DO LIVRO FICA MUITO BEM NA ESTANTE, CARAÇAS!
Verdade. Primeiro, quantos livros do Rambo existem? E quantas pessoas se deram ao trabalho de adquirir um livro do Rambo em Portugal? Segundo, os níveis de comicidade que uma passagem aleatória deste livro atingem quando lidos na casa de banho. Terceiro, qual não é a moçoila que não fica impressionada pela virilidade de um gajo que tem um livro do Rambo na prateleira?
Rambo, A Fúria do Herói II não será um bom livro... Na verdade, nem sei se uma coisa destas possa ser considerada livro. Mas lá que dá um ar másculo à estante e impressiona as babes, lá isso é indiscutível! Veja-se o seguinte diálogo, totalmente verídico (coff, coff) entre a minha pessoa e uma amiga de circunstância:
- "Ai, ai, ai, tantos livros! O menino bem comportadinho gosta tanto de ler, não é?"
- "Sim, mas repara... Tenho o livro do Rambo..."
- "Possui-me já aqui neste chão imundo, minha besta carnuda!"
Ah pois é...
Há uma livraria no Porto na rua do Bonjardim que tem este livro na montra. A 2€ e 50 cêntimos.
ResponderEliminar"besta carnuda"??? A gente que tu conheces...
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