Devendra Banhart, um vagabundo com sorte.
Devendra Banhart é um dos melhores cantores da chamada “Nova-Folk”. Munido com a sua guitarra acústica e a sua voz sobejamente peculiar, Devendra encanta com a musicalidade das suas músicas, quer cante sobre amores perdidos, amigos reencontrados ou sobre os seus dentes que já não mordem mas ainda podem dançar.
Este senhor foi encontrado através de uma gravação artesanal que andava a circular pelas ruas Norte-Americanas. Depois de alguma busca, descobriu-se um Devendra Banhart andrajoso e mal-nutrido a tocar num bar Irlandês para sobreviver. Nesta altura, Devendra era já um sem-abrigo há alguns anos, não sem antes ter percorrido o mundo com a mochila às costas.
Rapidamente, Devendra foi levado para um estúdio, onde gravou compulsivamente cerca de 30 e muitas músicas. O resultado dessas gravações encontra-se nos Albuns-gémeos “Rejoicing In The Hands” e “Niño Rojo”.
Ambos estes albuns, editados em 2004, seguem a mesma direcção. Devendra, sozinho à guitarra, por vezes com alguns instrumentos extra adicionados posteriormente. A sua voz, estranha mas ao mesmo tempo bela, a sua falta de jeito com os microfones (por vezes a respiração encobre a guitarra), a sua guitarra desafinada, a sua tendência para inventar acordes, as letras imbecis, as letras lindíssimas, as melodias que se entranham nos nossos cérebros e corações. Devendra Banhart respira genialidade e sinceridade. E é por isso que “Rejoicing In The Hands” e Niño Rojo” nos colocam a sorrir e a trautear pelo dia fora.
Gostaria de destacar no album Rejoicing In The Hands” a música “This Beard is For Siobhán”…
No album “Niño Rojo”, o destaque vai para “At The Hop”...
Todas as restantes músicas são realmente boas, mas estas duas oferecem-me emoções distintas. A primeira, a alegria infantil. A segunda, a tristeza camuflada de esperança. Devendra Banhart é grande!
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