27.8.09

Filmes: Aquele Querido Mês de Agosto

Uma família de emigrantes regressa à aldeia de origem em Agosto, como o faz todos os anos. Mas desta feita, Hélder apaixona-se pela prima aldeã, Tânia, vocalista na banda de baile de seu pai, Domingos. É esta a estória da segunda parte de Aquele Querido Mês de Agosto.



A primeira parte de Aquele Querido Mês de Agosto é um documentário/pesquisa para a segunda parte. Aqui, ouvem-se lendas de aldeia, do rapaz que saltou da ponte e que foi atropelado por Marroquinos, joga-se ao jogo do prego, vê-se passar a procissão e a fanfarra, vai-se à concentração Motard de Góis, lançam-se foguetes e assiste-se ao fogo preso, assiste-se ao espectáculo do Marante, baila-se. E muito. É a pureza das gentes do campo, ridicularizados por quem já esqueceu da pureza das suas origens, invejados por quem já assim viveu, cómicos por natureza, mas íntegros! Portugal é isto, e não há-que ter vergonha.

Impressiona e agrada a linha ténue na qual este filme balança. Encare-se com um misto de Making-of que se funde na ficção e documentário do qual brota uma estória ficcional. Muito natural, com um leve travo a anarquia. Uma maneira assaz interessante de se fazer cinema. Aquele Querido Mês de Agosto saiu recentemente com o Público, portanto se fizerem como eu fiz e perguntarem por ele pelas papelarias, facilmente o encontrarão. Vale a pena, pois o filme é uma peça de cinema Nacional do bom, exemplo e estandarte de que por aqui há gente com talento e jeitinho para a coisa. Boa fotografia, realização imaginativa, som fabuloso. Peca pelo argumento meio boçal da parte ficcional e pela inexperiência dos actores, gente amadora recrutada no local de gravações, mas ganha nas partes de verdadeiro documentário, e das conversas transversais dos actores e equipa de realização que dá por si inserida no meio da trama. E tudo flui naturalmente. Belíssimo!

Trailer:

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