14.1.10

Os meus discos preferidos da década 00-09, parte terceira

Este post é o contrário de pequeno. Se confundes antónimos com sinónimos, esta bicicleta não é para ti.



51- Lou Barlow - Emoh (2005)

A Wikipédia diz que é: Folk Rock lo-fi

"O album beneficia da voz harmoniosa de Barlow e da doçura da sua guitarra acústica para criar um uma manta molhada. Deveria transmitir calor e bem-estar, mas ao invés traz uma sensação de desconforto. Emoh é nostalgia e sentimento de perda. É a incessante procura de porto de abrigo. É dor, raiva e arrepios na espinha. É emoção fora de moda. E termina com uma balada sobre gatinhos para que tudo volte a fazer sentido e a valer a pena. Uma casa não é um lar, mas anda lá perto." Post original aqui.

Faixa Preferida: Legendary



52- Antony and the Johnsons - I Am a Bird Now (2005)

A Wikipédia diz que é: Dark Cabaret (?!?)

"I Am A Bird Now, que valeu a Antony And The Johnsons o Mercury Prize de 2005, é um album sobre o sofrimento. Aqui ouve-se nua e honesta a soberba voz de Antony, enquanto nos canta directo ao coração sobre os seus traumas, sobre a sua homossexualidade, amores desavindos e dores no coração. Comovente, e de uma violência lírica que contrasta com a candura do piano e o sussurro da bateria." Post original aqui.

Faixa Preferida: Bird Gherl



53- Bloc Party - Silent Alarm (2005)

A Wikipédia diz que é: Post-Punk

Silent Alarm é a enérgica estreia dos Bloc Party, e o disco possuía dois singles extremamente bem sucedidos: Helicoper, cuja remistura invadiu as pistas de dança com resultados favoráveis, e Banquet, banda sonora de uma campanha de telecomunicações. É claro que não é só de singles que este disco vive, e aqui encontram-se excelentes canções de Rock, bem construídas e imaginativas. Positive Tension e Luno são poderosas. No entanto, e apesar desta análise ser de acordo com os meus gostos e aberta a discussão, é tido e sabido que tudo o que os Bloc Party fizeram depois de Silent Alarm é bosta.

Faixa Preferida: This Modern Love é das melhores cantigas sobre prostituição de sempre. Melhor que as porcarias que o Sting impinge à populaça. Final Fantasy faz uma divinal cover disto ao violino.



54- Beck - Guero (2005)

A Wikipédia diz que é: Rock Alternativo. Oh Wikipédia, quando é que aprendes?

Guero é o disco mais divertido que Beck editou nesta finada década. Possui o seu maior sucesso em 10 anos, um E-Pro cheio de nananananas, é bailadeiro, vai buscar influências Brasileiras (como já havia feito em Mutations), tem Jack White no baixo e uma boa onda generalizada. Destaque também para o EP Hell Yes, que contém remisturas em 8 bits de alguns temas de Guero. Sempre quiseram saber como seria o jogo do Super Mario se tivesse sido Beck a fazer a banda sonora? Pois agora podem!

Faixa Preferida: Black Tambourine. Existe um lado B desta era chamado O Menina (sic) do qual gosto muito também.



55- Gorillaz - Demon Days (2005)

A Wikipédia diz que é: Rock Alternativo (outra vez), Electrónica

Se tirarmos o apelo da bonecada e os truques das aparições televisivas e o Hype à volta dos músicos e das participações especiais (Ike Turner? Uau, a sério?) e os concertos que, diz quem viu, são verdadeiramente espectaculares, ficam os discos. E ambos os albuns de originais dos Gorillaz são realmente muito bons, não há como negar. Demon Days ganha por ser mais graúdo que o seu antecessor, mais cuidado, menos Dan the Automator e mais Damon Albarn. Musicalmente entre a Electrónica a o Rock, há espaço para tudo na panela e ainda bem. Esperam-se mais Gorillaz no futuro.

Faixa Preferida: Kids With Guns



56- Sufjan Stevens - Illinois (2005)

A Wikipédia diz que é: Indie Folk, Baroque Pop

Sufjan Stevens mandou para o ar numa entrevista que iria fazer 50 albuns temáticos, um para cada Estado dos EUA. Entretanto voltou com a palavra atrás, mas antes disso editou dois discos desta empreitada, sendo um deles o melhor da sua carreira, Illinois. Liricamente ligado a esse estado, Illinois revela pomposidade nos arranjos, nos coros, nos instrumentos, nos gigantescos títulos de canções (The Black Hawk War, or, How to Demolish an Entire Civilization and Still Feel Good About Yourself in the Morning, or, We Apologize for the Inconvenience but You're Going to Have to Leave Now, or, 'I Have Fought the Big Knives and Will Continue to Fight Them Until They Are Off Our Lands!, por exemplo). Flautas, tubas, cornetas, coros angelicais e felicidade! Um dos discos mais bonitos da década. Viva a vida!

Faixa Preferida: Casmir Pulanski Day. É lamechas, é triste, mas foi a faixa que me fez regressar a este disco depois de o ter arrumado. Eleva a qualidade das restantes.



57- Gogol Bordello - Gypsy Punks Underdog World Strike (2005)

A Wikipédia diz que é: Punk Cigano

"Gypsy Punks Underdog World Strike é um album insano, pleno de humor e boa disposição, visível em títulos como Think Locally, Fuck Globally e Start Wearing Purple. O vocalista, no seu carregado sotaque de Leste, diverte-se apelidando todas as mulheres de "Sally" nas letras de Gogol Bordello, num misto de Ucraniano, Árabe, Espanhol e Inglês. Por detrás de toda a festa e alegria, existe também em Gypsy Punks Underdog World Strike um lado de consciência política que poderá escapar numa primeira audição. A música Immigrant Punk destaca-se pela critica ao tratamento recebido pelos emigrantes nos Estados Unidos (e no mundo, já agora)." Post original aqui.

Faixa Preferida: 60 Revolutions



58- Death Cab For Cutie - Plans (2005)

A Wikipédia diz que é: Rock Alternativo

Ben Gibbard veio lentamente a tornar-se numa das pessoas mais importantes na década que findou em termos de música independente. Quer pela credibilidade que o seu projecto lo-fi ¡All-Time Quarterback! lhe granjeou, quer pelo sucesso de Such Great Heights do seu projecto dançante The Postal Service, quer pelos discos de qualidade inegável que vem editando com os Death Cab For Cutie. Plans é o meu disco favorito desta banda, que conta com canções bem escritas, bem interpretadas, emocionantes e emocionais sem serem Emo, como Soul Meets Body, Summer Skin e Your Heart is An Empty Room. Grande disco.

Faixa Preferida: I Will Follow You Into the Dark



59- Sigur Rós - Takk (2005)

A Wikipédia diz que é: Post Rock

A música dos Sigur Rós tem o condão de pegar na minha mente e levá-la a passear por locais onde nunca sonhei estar, por locais onde fui feliz, por locais onde serei. Takk é o disco para gente iluminada que crê que a letra da canção é inferior ao sentimento que a mesma provoca, e a porta de entrada ideal para quem nunca ousou introduzir-se por este universo. Acessível pela melodia Pop, intrincado após audições repetidas. Divinal pelo todo.

Faixa Preferida: Glósóli. O teledisco é lindo.



60- Fiona Apple - Extraordinary Machine (2005)

A Wikipédia diz que é: Baroque Pop (se tem piano é barroco... Está bem visto, Wikipédia...)

Extraordinary Machine esteve por um fio para não acontecer mas felizmente aconteceu mesmo. Originalmente gravado em 2003, o disco foi recusado pela editora por ter pouco apelo comercial. No entanto, graças às maravilhas da Internet, as sessões de gravação saltaram cá para fora e, aliando o sucesso alcançado pelas mesmas à campanha orquestrada pelos fãs da artista, a editora permitiu que Apple regravasse o disco e o editasse. Extraordinary Machine fez um sucesso discreto mas apesar disso revelou-se uma pequena pérola com músicas suaves e delicadas, menos agressivas em termos líricos do que vinha sendo habitual. A única contribuição da cantora nesta década, o que é uma pena.

Faixa Preferida: Extraordinary Machine



61- Cansei de Ser Sexy - Cansey de Ser Sexy (2005)

A Wikipédia diz que é: Electroclash

Acusem os Cansei de Ser Sexy daquilo que vos apetecer. Que é básico, que é infantil, que é estúpido, que usam roupa foleira, que cheiram mal da boca, que têm os pés chatos. Tudo o que disserem é simplesmente inveja do sucesso planetário completamente meritório dos Brasileiros. O disco de estreia existe para divertir e a sua premissa é atingida facilmente, os sintetizadores possuem pormenores hilariantes, as letras são engraçadas, especialmente as em Português. Para dançar sem se pensar muito no que os outros pensam. Os Cansei de Ser Sexy marcaram a década, simplesmente.

Faixa Preferida: Music is My Hot Hot Sex. A parte da escuteira-mirim é uma delícia! Menção honrosa para Superafim, a música que vai contra tudo aquilo que gosto e que mesmo assim me conquista!



62- Animal Collective - Feels (2005)

A Wikipédia diz que é: Freak Folk, Rock Experimental

Ao longo da década os Animal Collective tiveram uma farta e aclamada carreira. E se a aclamação já vinha detrás, foi com Feels que explodiu. O disco tinha tudo para ser odiado. Ritmos estranhos, coros vindos do nada, gritos e a guitarra mais desafinada da história da música. Mas resultou. Descrito pela banda como um disco sobre o amor, Feels acaba por ser isso mesmo: uma expansiva declaração de amor à música Pop, demonstrada por caminhos nada convencionais, estonteante mas nunca desconcertante. Um album único na carreira da banda (uma vez que todos são ultra-radicalmente diferentes) e no mundo da música. Aquela guitarra desafinada, caramba!

Faixa Preferida: The Purple Bottle. Na versão ao vivo fazem um Medley desta canção com I Just Called to Say I Love You, de Stevie Wonder. O amor é isto e nada mais!



63- Suburban Kids With Biblical Names - #3 (2005)

"#3, o curioso disco de estreia dos Suecos, é simples, directo e estranhamente viciante. Às melodias acústicas são coladas batidas electrónicas, palmas, uivos, xilofones e tudo o que se soltar da imaginação da dupla. Deste caldeirão saem belas cantigas de fazer bater o pé no soalho. Grande parte das canções saltitam entre o alegre e o eufórico, apesar das vocalizações serem graves, por vezes soturnas." Post original aqui.

Faixa Preferida: Trees & Squirrels



64- JP Simões - 1970 (na internet diz 2007, no CD diz 2006. Vou confiar no meu CD)

A Wikipédia diz que é: Pop-Rock. Esta já não ouvia há muito tempo, tive de vir à Wiki Portuguesa para me recordar da gaveta para onde vai tudo o que não é Fado.

Primeiro disco a solo de "GêPê" e segunda entrada para o artista nesta listagem (a anterior tinha sido com Quinteto Tati). 1970 traz um artista maduro e vivido na voz, escritor de canções cada vez melhor e irmão Lusitano que Chico Buarque nunca teve mas sempre desejou. JP bebe a inspiração da música Brasileira, mas impõe um cunho muito Português na sonoridade e nos temas abordados. Produzido e arranjado pelo artista, 1970 é o retrato da sua geração, da promessa que a juventude traz e que se esfuma com a inevitável chegada da geração seguinte.

Faixa Preferida: Inquietação, versão de José Mário Branco. Se Por Acaso (Me Vires Por Aí) também me acalenta a alma.



65- Nuno Prata - Todos os Dias Fossem Estes/Outros (2006)

A Wikipédia: diz pouco sobre Nuno Prata e não cataloga o seu som. Vamos deixar estar assim.

Nuno Prata, antigo baixista dos Ornatos Violeta, entrega o seu primeiro disco a solo e surpreende pela qualidade da escrita (um bocado deprimente e deprimida, mas ainda assim, excelente). Todos os Dias Fossem Estes/Outros assenta musicalmente no baixo, mas é enriquecido com uma paleta de cores e sons, mor do multi-instrumentista e colaborador habitual Nicolas Tricot. Quase todas as músicas possuem assobio gingão, e os restantes Ornatos fazem coros em Alegremente Cantando e Rindo Vamos. A edição deste disco consiste num bocado de cartão enorme que não me cabe na estante, e por isso está sempre em destaque na minha colecção (boa estratégia).

Faixa Preferida: Vamos Andando (Só Temo Pelos Outros)



66- Mayra Andrade - Navega (2006)

A Wikipédia diz que é: Worldbeat, Afropop

De voz quente e olhar enfeitiçador, Mayra Andrade conquistou com a sua mistura da Morna de Cabo-Verde com o Jazz e Bossa-Nova e um cheirinho da Chanson Française. Tematicamente ligado à imigração sofrida pela própria artista e pelo povo de Cabo-Verde, Navega já zarpou com grande sucesso para fora da Lusofonia e o mérito é todo da menina. E o Creolo, depois de bem limpos e acostumados os ouvidos, não é nada difícil de entender. Mas mesmo que fosse indecifrável, a emoção com que Mayra canta chega para transmitir o sentimento das suas canções. Lindo.

Faixa Preferida: Poc Li Dente é Tcheu



67- Cat Power - The Greatest (2006)

A Wikipédia diz que é: Indie Rock

The Greatest virou repentina e surpreendentemente todas as atenções para Cat Power, uma desconhecida do público em geral e que no entanto editava na altura o seu sétimo disco. Bem cantado e sussurrado, ao piano com uma banda suporte marcadamente Country, The Greatest é produzido desleixadamente, como se artista não se importasse sequer com o resultado final. Se nunca se preocupara, porque havia de começar agora? Aqui acertou e teve aclamação, se não acertasse também não importava, como se viu com os discos que editou posteriormente. Um exemplo de integridade.

Faixa Preferida: Love & Communication



68- Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am That's What I Am Not (2006)

A Wikipédia diz que é: Post-Punk

Viva a Internet, pois sem ela muita da música que se escuta actualmente seria abafada pela porcaria que a indústria discográfica continua a impingir mas já com menos sucesso. Vivam os Arctic Monkeys que disponibilizaram as suas músicas gratuitamente e que geraram burburinho tal mesmo sem venderem um único disco que os grandes não tiveram outro remédio senão abrir-lhes a porta. Viva o disco de estreia dos Arctic Monkeys que viu o seu lançamento antecipado tal fora o burburinho criado. Viva a vitória da boa música! Viva Whatever People Say I Am That's What I Am Not por tudo o que representa!

Faixa Preferida: You Probably Couldn't See for the Lights but You Were Staring Straight at Me. Vivam as músicas com títulos grandes!



69- Man Man - Six Person Bag (2006)

A Wikipédia diz que é: Rock Experimental

Os Man Man interessam tanto a fãs de Mr Bungle como a seguidores de Tom Waits. O som revela-se imprevisível como a banda de Mike Patton, as vocalizações e o ambiente vivem paredes meias com o mundo de Waits. Concertinas e caixinhas chinesas, grunhidos e lalalas, músicas sobre gigantes comedores de homens, pianolas e salganhadas, uma amplitude vocal invejável. E bigodes. O título deste disco vem do clássico filme "As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim" (AKA "Os Aventureiros do Bairro Proibido" no Brasil).

Faixa Preferida: Feathers. Não tem nada a ver com o resto do disco mas é uma abertura do caraças!



70- Be Your Own PET - Be Your Own PET (2006)

A Wikipédia diz que é: Punk Rock

Gostei bastante de ter conhecido e acompanhado estes Be Your Own PET desde a sua génese ao ocaso. Gostei da sonoridade Garage Punk, da atitude Riot Grrl da vocalista, dos singles cheios de maravilha nos lados B, do imaginário de Filme de baixo orçamento nas letras das canções. Injustamente comparados aos Yeah Yeah Yeahs, os Be Your Own PET foram muito mais violentos, o seu som mais hiperactivo, as suas canções mais fracturadas, muitas vezes dispensando refrão. O album de estreia desta banda foi uma bomba de adrenalina muito bem-vinda. 33 minutos de Rock and Roll, baby!

Faixa Preferida: We Will Vacation, You Will Be My Parasol



71- Islands - Return to The Sea (2006)

A Wikipédia diz que é: Indie Rock

Islands é o nome da banda que Nick Diamonds fundou depois do abrupto final dos Unicorns, e Return to The Sea é o prolongamento do caminho iniciado pela extinta banda, mas com mais instrumentos e meios de produção. Exceptuando a única música do mundo que me causa vertigens (Where There's a Will There's a Whalebone, verdadeiramente horrível), o disco tem momentos muitíssimo bem conseguidos, divertidos e inconsequentes. A temática continua a ser a morte, mas desta vez é uma morte mais alegre, mais voluntária. Os restantes discos dos Islands não interessam, mas este é realmente muito bom.

Faixa Preferida: Don't Call Me Whitney, Bobby. Coloca-me o astral bem lá no alto.



72- I'm From Barcelona - Let Me Introduce My Friends (2006)

A Wikipédia diz que é: Indie Pop

Emanuel Lundgren escreveu um punhado de canções e depois foi buscar os amigos e os primos e os tios e o carteiro e pessoas que passavam na rua e meteu toda a gente a cantar afinadinho e a passear pelo Mundo fora. Amigos assim não se encontram facilmente. Também queria um destes... Musicalmente, os I'm From Barcelona colocam o gene Sueco a funcionar e os êxitos brotam naturalmente. Simples, mas eficaz.

Faixa Preferida: We're From Barcelona. A cair de bêbado a gritar a letra disto em Faro. Bons tempos.



73- Kimya Dawson - Remember That I Love You (2006)

A Wikipédia diz que é: Anti-Folk

O filme Juno recebeu bastante aclamação e a banda sonora fez tanto sucesso que teve direito a uma segunda edição só com músicas que ficaram de fora do alinhamento. Em ambos os discos está Kimya Dawson, tanto a solo como em pelo menos 3 bandas diferentes. Remember That I Love You é o disco que contribui com 5 canções para a banda sonora, e a amostra mais sólida do trabalho da senhora. Música acústica com letras que mandam o convencionalismo às urtigas. "My Rollecoaster" tem, entre outros, excertos de Metallica e Willie Nelson!!!

Faixa Preferida: I Like Giants



74- Camera Obscura - Let's Get Out Of This Country (2006)

A Wikipédia diz que é: Indie Pop

OS Camera Obscura são grandes, e todos os seus discos são excelentes. Mas Let's Get Out of This Country destaca-se por ter saído da sombra dos conterrâneos Belle and Sebastian e trilhado caminho próprio. Com arranjos cheios (cordas e mais cordas) e uma temática melancolicamente apaixonada, o terceiro longa duração da banda é uma experiência encantadora. Baladeiro como os discos de antigamente, apontado a pessoas com sensibilidade estética e romântica.

Faixa Preferida: Lloyd, I'm Ready to Be Heartbroken. Se alguém esteve a viver debaixo de um calhau durante estes anos todos, o Lloyd da canção é Lloyd Cole, autor do clássico Are You Ready to Be Heartbroken. Odeio ABBA (de morte, mesmo), mas há uma cover de Super Trooper muito boa no lado B do single Tender For Fears.




75- Final Fantasy - He Poos Clouds (2006)

A Wikipédia diz que é: Indie. Indie? Um gajo que só toca violinos e samples de violinos é apenas Indie? Estamos preguiçosos, Wikipédia?

Final Fantasy é o antigo nome artístico de Owen Pallett (agora assina com o nome que os Papás lhe deram), membro não-oficial dos Arcade Fire e principal contribuidor para os arranjos de cordas da mesma banda. Na sua carreira a solo, Pallett inspira-se no imaginário dos videojogos (como se o nome Final Fantasy não o denunciasse) e de Dungeons & Dragons. Pallett é um nerd, tal como os seus fãs. O violino é o seu instrumento de eleição e é em sua volta que os seus discos gravitam, mas as letras demonstram apurado sentido de amor (This Lamb Sells Condos é de rir). Não será um disco para todos os ouvidos, mas não deixa de ser curiosamente bom.

Faixa Preferida: Many Live -> 49 MP. Deliciosa é também a cover ao vivo de Fantasy (Mariah Carey).

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