CARCA E KAFA NO CINEMA, Sessão #1 (de 1): Inglorious Basterds (2009), de Quentin Tarantino
Num resumo muito breve do filme, sem querer estragar nada da história, estamos na Segunda Guerra Mundial, e um grupo de Soldados Americanos de origem Judaica infiltra-se na França ocupada pelos Nazis com o objectivo de matar o maior número possível de Alemães, retirar-lhes os escalpes e de alguma maneira ganhar a guerra. Ao mesmo tempo, uma Judia proprietária de um cinema Parisiense vê a sua sala envolvida na estreia do último filme de propaganda Nazi.
Eu gostei. Achei a cena inicial extremamente bem conseguida, sobretudo. Tenho um fraquinho por filmes de Cowboys e deliciei-me com o confronto entre o vilão Hanz Landa e o coitado do produtor de leite, clássico embate a trazer à lembrança os tempos em que Clint Eastwood interpretava o Cowboy sem nome.
Em relação aos Basterds em si, podiam ter tido um bocadinho mais de protagonismo, uma colecção tão grande e variada de cromos só tinha a ganhar com mais de luz sobre si. A minha opinião é que os Basterds propriamente ditos eram como o papão ou o velho do saco, assustam muito mas poucos são os que lhes metem a vista em cima (poucos, mas alguns, que eu uma vez vi mesmo o velho do saco na minha rua e pelei-me de medo! Só acredito em 3 coisas no mundo: Paz, família e o velho do saco)...
Eu cá acredito na resistência das Tupperwares e no poder curativo do Total Eclipse of the Heart, de Bonnie Tyler... Once Upon a Time, I Was Falling In Love, Now I'm OnlyFalling Apart...
O actor que gostei mais em todo o filme foi o galardoado Christoph Waltz (vencedor da Palma de Ouro) no papel de Hanz Landa, o super-mau que fala 12455 idiomas pelo filme fora e mostra como os Nazis estavam bem mais à frente em termos de detectives. Qual Sherlock Holmes, qual Dave Carusso! Também gostei muito do rapazinho do Goodbye Lenine que aqui faz de super-estrela dos filmes de propaganda Fascista. É giro, os únicos filmes que vi deste rapazito (este e o supracitado Goodbye Lenine) estão relacionados com Hitler, mesmo de formas completamente opostas.
Assim como Joaquim de Almeida só sabe fazer de Joaquim de Almeida a fazer de Sul-Americano, este rapazito só sabe fazer de Alemão. O facto de ser mesmo Alemão ajuda um bocado...
O que gostei menos foi o facto do Tarantino ser um bebé chorão. Às tantas, ouve-se pelo filme a frase "Nós, os Franceses, respeitamos os nossos realizadores". Quer com isto Tarantino dizer que na terra dele não é respeitado? Se deixar de apadrinhar todo o projecto mal-enjorcado que lhe aparece à frente (vide Ressaca Kosovar: Hellride) talvez recupere um pouco do respeito perdido...
O que eu gostei menos foi das cadeiras do Cinema que eram rijas como um pêro. E as pipocas estavam moles.
A menina mais jeitosa para mim era a Diane Kruger que fazia o papel da espia Bridget von Hammersmark. Tinha melhores pernas que a Judia, apesar de ser mutiladas lá para meio do filme (Spoiler alert! Spoiler alert! oops... Isto do spoiler alert deve ser posto antes do spoiler, não é?)
A banda sonora tem uma música fixe do David Bowie, mas de resto não é nada memorável, se comparada com as restantes dos filmes do Tarantino.
A minha opinião final é que se uma pessoa for preparada para ver um filme enorme (152 minutos) em que 85% da sua duração assenta em diálogos (geniais), sai da sala de cinema satisfeito. Quem for ver Inglorious Basterds à espera de tiros e pauladas, sai do cinema desiludido e terá de descarregar as suas frustrações num Transformers ou GI Joe ou numa porcaria desse estilo... Há violência da boa, há tiros, há paulada, mas a força deste filme não é essa.
És muito preguiçoso para escrever, não és, pequenito?
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