11.3.09

Banda Desenhada: The Umbrella Academy

Gerard Way é uma personagem irritante. Vocalista da banda emo My Chemical Romance, Way é, juntamente com o ouriço alemão dos Tokyo Hotel e do actor oportunista Jared Leto (porquê, rapaz? Até entraste no American Psycho e tudo... Porquê arruinares a carreira a brincar aos rockstars?), um dos principais responsáveis pela moda das meninas vestidas como góticas e permanentemente deprimidas por serem "emocionais", mas que depois vão para os concertos destes artistas aos gritinhos como se dos Backstreet Boys ou do Tony Carreira se tratassem. Mas, enquanto que Leto e o Sonic germânico arderão no inferno do esquecimento, com vidas vazias mas uma conta bancária bem choruda, Gerard Way possui um importante factor de redenção: contra todas as espectativas, a sua banda desenhada, The Umbrella Academy, é uma das melhores da década. Sem exagero.


Há muito tempo atrás, por todo o mundo, exactamente às 21:38, quarenta e três crianças especiais nasceram de mães insuspeitas das suas próprias gravidezes. Enquanto que a maior parte morre instantaneamente, pelo menos 7 dessas crianças sobrevivem, para serem adoptadas por um extra-terrestre mascarado de filantropo. Este pai adoptivo, frio e calculista, treina as crianças para salvarem o mundo. A história começa muitos tempo depois, após o final desta equipa intitulada The Umbrella Academy, irmãos desavindos reunidos à volta da campa de um pai que nunca os amou. Os irmãos entretanto adultos demonstram personalidades muito próprias. Número um, o homem forte com corpo de gorila, está perdidamente apaixonado pela irmã número três, que possui o interessante poder de contar uma mentira que automáticamente passa a ser verdade. Número dois odeia toda a sua família e tem o poder de suster a respiração indefinidamente. Número quatro comunica com os mortos. Número cinco consegue viajar no tempo, e é o mais adulto do grupo, apesar de ter ficado permanentemente com o corpo de uma criança de 5 anos. Número sete não possui qualquer poder especial. Mas é a personagem mais importante da Umbrella Academy.

O argumento, brilhantemente ilustrado pelo Brasileiro Gabriel Bá, é inventivo e surreal, e as surpresas e reviravoltas sucedem-se a um ritmo que nos agarra por completo. O primeiro Trade Paper Back, Apocalypse Suite, está disponível numa das 5 (ou 6) lojas de banda desenhada ainda existentes e persistentes em Portugal. O segundo volume, Dallas, está para sair entretanto. Way, mereces a minha admiração pelo respeito e gozo com que escreves banda desenhada. És o maior entre os ouriços e os actorezecos!

2 comentários:

  1. Desta feita foste tu que me roubas-te o post!

    Já andava a algum tempo para o fazer...

    Também achei isto brilhante, e estou a adorar o Dallas

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  2. Essa da mentira que se torna verdade dá pano para mangas... quero ler isso

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